Entender os esportes atualmente vai muito além de ver a defesa de cinturões. Por exemplo, já parou para pensar em como o boxe surgiu? Será que foi inventado por quem? As regras sempre foram as mesmas? A história do boxe é uma das mais incríveis de todos os esportes.
Até mesmo porque entender as regras do boxe passa por essa compreensão da história do esporte. Tudo vem de muito tempo, lá da Suméria, que é o berço da civilização. As evidências datam de 5 mil anos. Hoje, o que a gente conhece é o boxe inglês moderno.
Para entender toda essa evolução do boxe, da história e das regras, leia:
- O que existia antes do boxe;
- A origem do boxe;
- As novas regras para o boxe moderno;
- O boxe nas Olimpíadas.
O que existia antes do boxe
Se o boxe é visto como um esporte de luta que considera os punhos fechados, saiba que a primeira referência vem de uma placa de pedra que foi encontrada na Mesopotâmia. Ela tem 5 mil anos e indica que os sumérios se socavam.
Depois, os egípcios, há 2 mil anos, também teriam feito isso. Já os gregos, contaram a sua história trazendo o boxe para as Olimpíadas, em torno de 668 a.C. Então, considera-se que foi na Grécia que esse esporte de luta começou a ganhar volume e regras.
Apesar disso, não podemos deixar de lembrar que os romanos também gostavam de brigas. Tanto é que haviam muitos socos entre gladiadores. Depois disso, a história não traz muitos relatos sobre essa luta, somente a partir do século 18, com o ressurgimento na Inglaterra.
O início do boxe
Do boxe sem luvas para o boxe inglês moderno existe uma passagem histórica interessante, que você vai conhecer nesse texto. Só que para sermos assertivos no contexto, vamos começar dos princípios. O boxe primitivo era chamado de boxe sem luvas.
Basicamente, ele traz dois lutadores que lutavam sem luvas. A prática já era considerada esportiva, mesmo sendo proibida. Assim, era diferente da luta de rua porque tinha fundamentos, como o fato de que não se podia atacar um lutador caído.
O primeiro campeão de boxe, a partir desse relato, foi James Figg, um inglês, que manteve o seu título de 1719 até se aposentar do esporte, em 1730. Observe que somente após 100 anos é que o esporte se modernizou, a partir do novo formato.
A criação da palavra boxe
Aqui vale a pena a gente abrir uns parênteses para contar sobre a expressão “boxe”. O que se imagina é que ela venha do inglês “box”, que já indica a ideia de esporte de combate. Depois, veio a palavra “pugilismo”, que é algo próximo de “bater com os punhos”.
Na prática, todo pugilismo envolve esse tipo de soco, como é o caso do boxe francês, do boxe tailandês, do boxe chinês, do kickboxing e outras lutas. Mas, com a dificuldade de se encontrar informações tão antigas, não se sabe como o boxe era chamado antes, na Suméria.
De todo modo, alguns especialistas e historiadores arriscam falar em pigmaquia. Essa expressão pode indicar algo como “boxe grego antigo”. Logo, é um esporte da época de Homero, praticado nas pólis gregas no primeiro período clássico da história.
Os campeões do boxe primitivo
Além do Figg, outros nomes apareceram na lista de campeões do boxe primitivo ao longo desses 100 anos. Alguns exemplos são: Jack Broughton, Jem Belcher, Daniel Mendonza, Tom Cribb, Tom Sayers, jem Mace e muitos outros.
Além deles, John Sullivan, chamado de o último campeão do boxe sem luvas. Ele fez uma luta memorável com Jake Kilrain, no ano de 1889 e essa foi a última vez que o título foi disputado nesse formato. Até mesmo porque logo em seguida começariam as novas regras.
Curiosamente, saiba que a ideia do boxe sem luvas voltou na atualidade. Assim, mesmo que o boxe moderno tenha o substituído, essa versão tem ganhado adeptos no mundo todo. Um exemplo é o Bareknckle Fighting Champion (BKFC), maior competição do boxe sem luvas hoje.
A origem do boxe
Os historiadores contam que a origem do boxe vem da antiga Mesopotâmia e da Grécia Antiga. No entanto, o formato moderno do boxe, que em boa parte é o que conhecemos hoje, vem da Grã-Bretanha, que foi onde ele se popularizou e ganhou forma.
Inclusive, essa codificação de regras vem do ano de 1867, a partir das Regras de Queensberry. Essas regras têm tudo a ver com o boxe moderno. Antes disso, a luta acontecia de maneira ilegal, sendo realizadas de modo clandestino.
O intuito e a criação dessas Regras vieram mesmo para tornar o boxe aceito e legal para toda a sociedade, já no fim do século 19. Queensberry era um marquês, que tinha um amigo chamado John Graham Chambers, que foi quem criou as regras modernas.
O boxe antes das Regras de Queensberry
Se a gente pode chamar ele de boxe primário ou boxe antigo, saiba que era realizado a partir de outras regras, conhecidas como Regras de London Prize. Nesse caso, os lutadores se enfrentavam sem o uso de luvas e sem número de assaltos.
Por isso, a prática era ilegal: na maioria das vezes, um dos lutadores saia do “ringue” de modo inconsciente. Outrora, a luta terminava com a chegada policial, que queria prevenir a brutalidade desse combate. Por isso, em 1865, as ideias de Chambers foram bem-vistas.
Inicialmente, os próprios lutadores de boxe não aceitaram o contexto. No entanto, aos poucos, eles notaram que era uma opção para levar adiante e tirar o esporte da ilegalidade. A partir desse conceito histórico, vamos às regras que modernizaram o esporte.
As novas regras para o boxe moderno
Entre as regras criadas por Chambers e assinadas por Queensberry, a gente separou algumas que ainda traduzem muito do que o esporte é hoje em dia. Por exemplo, havia uma regra que dizia que as lutas deveriam sempre acontecer num ringue apropriado.
Também havia a informação de que as lutas de boxe deveriam ter um número de assaltos pré-determinado antes do árbitro iniciar o combate. Os assaltos deveriam durar 3 minutos, com intervalo de descanso de 1 minuto entre eles. Pessoas estranhas não devem entrar no ringue.
Quanto aos combates, as novas leis diziam que caso o lutador fosse derrubado, haveria uma abertura de contagem de 10 segundos para ele se reerguer sozinho. Em caso contrário, o árbitro poderia encerrar a luta dando vitória por nocaute.
As medidas para evitar as grandes violências da luta
Também vale a pena mencionar aqui que haviam regras que mostravam que um dos objetivos era o de evitar a fatalidade desse tipo de luta. Logo, dizia que um pugilista apoiado nas cordas, sem conseguir se defender, não poderia continuar no combate.
Quando um lutador estivesse de joelho, ele seria considerado caído. Ou seja, não poderia ser golpeado pelo adversário. E também o fato de que os lutadores, que depois seriam pugilistas, deveriam usar luvas de boxes, novas, de boa qualidade e apropriadas para o combate.
O boxe nas Olimpíadas
Agora fazendo aquele paralelo entre o passado e o futuro, um bom exemplo para usarmos é a introdução do boxe nas Olimpíadas. Primeiro, lembra que falamos que ele fez parte dos Jogos da Grécia Antiga ou Jogos da Antiguidade, né? Isso foi em 688.
Naquela época, o esporte era bem próximo do pugilismo, tanto é que tinha o nome de pugilato. Veja o que dizem os historiadores sobre ele: “apenas poderiam se atacar com os punhos. Não existiam assaltos nem categorias baseadas em pesos”.
E tem mais um detalhe sobre a regra dessa luta: “O jogo terminava quando um dos lutadores ficava inconsciente ou indicava algum sinal de desistência”. Na mesma edição, outras lutas aconteciam, como a luta grega e o pancrácio.
O boxe moderno nas Olimpíadas
O fato é que depois disso, com Onomasto de Esmirna sendo o vencedor lá na Grécia Antiga, o esporte foi mudado. Ele apareceu nas Olimpíadas da Idade Moderna. Em 1896, em Atenas, ele não apareceu. Mas, em 1904, em St. Louis, sim. A partir disso, se manteve.
Vale lembrar que ele não esteve presente na edição de 1912, que foi em Estocolmo. O motivo é que a legislação sueca não permitia a prática do esporte no país. Assim, tinha o direito de opinar sobre a inclusão ou não de esportes. Mais tarde, os países sede perderam esse direito.
A história do boxe no Brasil
E para fechar todo entendimento e compreensão do esporte, vamos falar um pouco do esporte no Brasil. Por aqui, ele era desconhecido até que imigrantes alemães e italianos começaram a trazer a atividade, especialmente em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Hoje, Éder Jofre é o único pugilista brasileiro no Hall da Fama do Boxe.
A primeira luta oficial realizada aqui foi em 1913. Competiram um lutador, que fazia parte de uma ópera francesa, e Luis Sucupira, o Apolo Brasileiro, que era atleta. Apesar de ter perdido a luta, o brasileiro foi um grande entusiasta do esporte e começou a divulgar o boxe através das técnicas de boxe que havia aprendido. A partir de 1920, o boxe já era famoso aqui.