Corfebol – Entenda essa versão inusitada do basquete

Corfebol pouco conhecido aqui no Brasil. Quem é do Rio de Janeiro talvez tenha ouvido falar, mas nas outras regiões do país, o esporte é bem desconhecido. O fato é que tem ganhado notoriedade por ter um ponto exclusivo: ser o único esporte obrigatoriamente misto.

Isso quer dizer que em uma mesma equipe devem ter homens e mulheres. Inclusive, essa foi a ideia do criador do esporte: unir homens e mulheres no mesmo esporte, inclusive, no mesmo time. Parece que deu certo. Ao menos, na Holanda ele está no Top 5 esportes mais praticados.

Corfebol - Entenda essa versão inusitada do basquete
Foto: (reprodução/internet)

Para saber tudo sobre o corfebol, leia os tópicos:

  • O que é corfebol;
  • O pós-Segunda Guerra Mundial;
  • Como funciona o corfebol;
  • O que é preciso para jogar corfebol.

O que é corfebol

Quando a gente traz o assunto para o português, o que temos é uma mistura de basquete e handebol. Ou seja, um esporte que, ao que tudo indica, o brasileiro vai amar. Ele é coletivo e praticado por dois times, que podem ser mistos (mulheres e homens).

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Foto: (reprodução/internet)

Curiosamente, saiba que esse esporte de bola ao cesto já esteve presente nas Olimpíadas, como demonstrativo, isso em 1920. E depois atuou por mais duas edições, sendo no ano de 1928, em Amsterdã a sua última aparição.

E foi a partir de 1933, mesmo após passar pelas Olimpíadas, que ganhou status de esporte. Isso com a criação da Federação. O nome vem do fato de que o cesto usado é chamado de corfe na Holanda. Daí temos a ideia de “bola no cesto”. 

Como surgiu o corfebol

A invenção do esporte é de 1902 e tem assinatura do professor Nico Broekhunysen. A ideia dele era integrar homens e mulheres em uma mesma equipe. Atualmente, o esporte é um dos mais queridos na sua primeira nação, a Holanda, com 100 mil participantes. 

Então, a origem vem da Holanda, o que explica porque ele faz tanto sucesso na Europa. Mas, também é praticado com frequência em outros continentes, como Ásia e Oceania. Ao todo, 32 países o pratica. No Brasil, ele chegou através do professor de Educação Física Marcelo Soares.

Curiosamente, por aqui e em toda América do Sul, apenas o Rio de Janeiro é conhecido como estado que pratica esse esporte. Apesar disso, Marcelo Soares tem o seu reconhecimento, sendo federado pela IFK (Federação Internacional de Korfball). 

O pós-Segunda Guerra Mundial

Sem dúvidas, a história do corfebol começou a ser contada após a Segunda Guerra Mundial. Isso porque com a criação da Federação, o esporte passou a ser difundido em um novo impulso, tornando-se internacional, ao se chegar na Bélgica.

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Foto: (reprodução/internet)

No ano de 1946, houve o que ficou chamado de início do esporte no mundo, já que ele chegou até a Grã-Bretanha, Dinamarca, Alemanha, Espanha e na Ásia. O primeiro torneio internacional aconteceu em 1963, com a Holanda, a Bélgica e Seleções Britânicas. 

Esse foi um campeonato de corfebol disputado até 1974. A partir desse ano, a Alemanha também entrou na disputa e a cada ano, o evento ganha novas equipes. Por conta disso, criaram também o Campeonato Europeu de Corfebol, que acontece de 4 em 4 anos.

O Campeonato Mundial de Corfebol

Considerando, portanto, essa parte histórica das competições de corfebol no mundo todo, saiba que o Mundial de Corfebol acontece de 4 em 4 anos desde 1978. Isso quer dizer que ao menos 9 edições já foram concluídas até aqui.

Em todas as edições, poucas seleções conseguiram chegar entre os finalistas. As mais conhecidas são: Holanda, Bélgica, Alemanha e Reino Unido, que são as pioneiras no esporte. Mas, também existiram outras seleções que ocuparam os primeiros lugares.

É o caso da Austrália, da República Tcheca, da China, de Portugal, do Taipé Chinesa e da Catalunha. Um fato curioso é que em todas as edições a Holanda ou a Bélgica chegaram na final. Em algumas situações, os títulos foram improváveis, como quando ficou com Índia e a China.

Como funciona o corfebol

Cada time é composto por 8 atletas, podendo ser 4 homens e 4 mulheres. Assim, uma dupla joga no ataque e o outra fica na defesa. Eles não podem cruzar a linha do meio da quadra. A cada dois pontos que são marcados (cada cesta vale um ponto), atacantes e defensores trocam de posição.

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Foto: (reprodução/internet)

Apesar de ser coletivo, o esporte não permite o contato físico, de modo que homens marcam homens e mulheres marcam as mulheres. O jogo acontece em quadras como de basquete ou até mesmo gramados, com dimensões médias que ficam entre 40 metros por 20 metros.

O objetivo principal do corfebol é introduzir a bola no cesto da equipe adversária. É um cesto parecido com a de basquete (parecido). Esse cesto fica em um posto a 3,50 metros do solo. E os arremessos são feitos com as mãos. Não se pode driblar, apenas passar a bola.

O jogo de corfebol

Sabendo dessa estrutura inicial, vamos falar mais do jogo de corfebol. A quadra é dividida ao meio com uma linha central. Assim, possui as zonas de ataque e de defesa. Tem também a marca de penalidade. Os jogos duram 50 minutos, sendo 2 períodos de 25 minutos e 10 de intervalo.

Quando um cesto é marcado, a bola é reposta pela equipe que foi atacada. A mudança de ataque-defesa se dá sempre em números pares. Por exemplo, quando o jogo está 1-1 ou quando está 2-0 e assim por diante. No segundo período, a equipes trocam de lado.

Por essas regras, o corfebol é considerado um jogo tático e não de contato. Tanto é que qualquer insinuação de violência ou contato físico entre adversários pode resultar em penalidades. A intervenção também acontece em casos de toque na bola com as pernas.

O que é preciso para jogar corfebol

Um fato curioso sobre o corfebol é que no Brasil ele tem sido uma aposta em várias escolas. Isso porque permite um esporte entre meninos e meninas. Além disso, ele não precisa de equipamentos caros para ser praticado, ao menos em escolas.

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Foto: (reprodução/internet)

Logo, é possível encontrar propostas pedagógicas que incluem o auxílio e a criação de equipamentos por conta própria. É possível usar baldes e postes para criar o campo de jogo. A partir dos cestos e de uma bola de basquete, o jogo pode começar. 

Já para quem visa praticar o corfebol de modo mais profissional, a dica é ir até o Rio de Janeiro ou Curitiba, sendo os únicos lugares do país que tem treinamentos para esse esporte. Enquanto Portugal tem 200 atletas federados, o Brasil não tem nenhum. 

Os brasileiros no corfebol

Apesar de desconhecido por aqui, saiba que muitos brasileiros têm feito fama nesse esporte. Em 2019, a categoria sub 19 do Colégio Municipal Sana conseguiu uma medalha de prata no Torneio Internacional Hermandad Sem Fronteiras.

Isso tornou a equipe uma das melhores da modalidade. A equipe brasileira se preparou muito, treinando e fazendo amistosos com outros times de outros países. O Colégio também se destacou em anos anteriores na mesma modalidade, sendo em 2015 e 2017.

Um ano antes, em 2018, saiu na imprensa uma notícia de que a seleção brasileira de Corfebol fez uma vaquinha online para conseguir recursos e defender o título do Pan-Americano. Isso porque havia vencido em 2014 no Pan-Americano, além de ter sido bicampeão da Sul-Americano em 2015 e 2016.

Mais sobre a seleção brasileira de Corfebol

Durante a produção desse conteúdo, não encontramos muitas informações sobre a seleção brasileira de corfebol. Assim, o que vimos foi uma página no Instagram com dados que foram atualizados até 2018. Depois disso, com a pandemia, os atletas não mantiveram os treinos e nem as competições.

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Foto: (reprodução/internet)

A Seleção Brasileira de Corfebol era composta por jogadores do Rio de Janeiro e de São Paulo. E carrega dois títulos do torneio Sul-Americano, além de ter participado da Copa do Mundo de Corfebol em 2015 pela primeira vez.

Por outro lado, saiba que existe um ranking que lista os melhores jogadores do mundo no corfebol. Essa lista é organizada pela IKF e, infelizmente, não cita brasileiros nas primeiras posições. Assim, os mais bem colocados são russos, polonês, belgos, chineses e australianos. Além dos holandeses.

Os melhores do mundo no corfebol

O primeiro nome brasileiro que aparece é do Daniel Rivillini Ferreira. Depois dele Leonardo Martins Bernardino, Leticia Gomes de Assis, Thiago Cascardo de Oliveira, Fernanda Martins dos Santos Ferreira e Nauana Faleiro Vieira. 

Para 2022, várias competições vão acontecer. No entanto, a maioria na Europa, o que não se sabe é se o Brasil vai participar, devido à falta de incentivo. Os próximos eventos são: o Mundial Sub-19, o Campeonato Europeu, a Copa do Mundo Sub-21, o Asiático, entre outros.

Outros esportes de bola ao cesto

Além do corfebol, que você conheceu aqui e do basquete, que é mundialmente famoso, saiba que existem outros esportes de bola ao cesto. Por exemplo, o Hoop Takraw, conhece? Ele é apelidado de basquetebol tailandês e vem do Sepak Takraw, um tipo de vôlei com os pés.

Outro esporte é o Netball. Ele é muito comum entre as mulheres do Commonwealth. Por isso, chamado de basquetebol das mulheres. Tem ainda o Slamball, um esporte coletivo muito próximo do basquete, só que valorizando as enterradas. E o Streetball, que é o basquete de rua.