Com o Youtube a todo vapor, a gente pode ver vídeos incríveis de pessoas escalando o cume de montanhas o tempo todo. O Monte Everest até parece um desenho, de tão comum que se tornou. Porém, saiba que há muita história por trás disso. E, de fato, escalar esses cumes não é nada fácil.
A verdade é que ainda não há uma classificação listando os maiores ou mais famosos alpinistas do mundo. No entanto, a gente fez uma pesquisa bem intensa para encontrar alguns nomes que não podem deixar de ser lembrados. Inclusive, tem um brasileiro que pouca gente conhece por aqui.
10 – Junko Tabei (Japão)
Olha só os motivos pelos quais nós vamos citar a Junko aqui nesse começo de texto. Ela é uma mulher dentro do esporte que ainda é, majoritariamente, masculino. E tem mais: tinha apenas 1,52 metros de altura quando escalava as montanhas mais altas do mundo.
Nascida em 1939, ela começou a praticar o esporte no final da década de 60 e, assim, se tornou a 1ª mulher a escolar o Annapurna III, que tem mais de 7.550 metros de altura. Depois, foi para o Everest, em 1975. E aos 35 anos bateu o feito.
Também foi a 1ª mulher a ascender o Shishapangma, a completar os 7 cumes e a participar do Programa Snow Leopard. Ah, e também chegou ao topo do Cho Oyu e do Muztagh Ata. E, por fim, conseguiu chegar ao ápice, ponto mais levado, de quase 70 nações.
9 – Evgeny Vinogradski (Rússia)
Outro nome que você tem que conhecer é o do Evgeny. O motivo é simples: foi um dos maiores no montanhismo russo. Ele nasceu em 1946 e tem no currículo alguns dados que podem impressionar. Então, preste a atenção.
Fez a 1ª travessia entre os quatro cumes de 8.000 metros do Kangchenjunga (1989). Fez a 1ª subida do Lhotse Middle (2001). Ascendeu a rota mais difícil do Everest, chamada de Face Norte Diretissima (2004). E da rota do K2, na Face Oeste Diretissima (2005).
E quer saber? Essa última prova ele fez quando tinha 60 anos, você acredita? E ainda tem mais uma série de “títulos”, como o Programa Snow Leopard, o Cho Oyu, o Everest, o Lhotse Shar, o Dhaulagiri e tantas outras expedições em montanhas remotas, como do Himalaia.
8 – Paul Ramsden (Reino Unido)
Falamos de uma japonesa e de um russo, agora vem o britânico. O que mais impressiona do Paul é que ele sempre quer fugir do que é comum ou tradicional. É o famoso pensar fora da caixa, sabe? Então, ele tem no currículo as montanhas mais diferentes possíveis. Vamos lá.
Seria complicado citar todas as façanhas dele. Então, vamos selecionar só algumas delas. Em 2002 foi no Siguniang, em 2007 no Manamcho, em 2010 no Sulamar, em 2011 no Mugu Chuli, em 2012 no Shiva, em 2013 no Kishtwar, em 2014 no Hagshu e em 2015 no Gave Ding.
E você até pode ter ouvido falar de alguns desses lugares. Mas, saiba que em todo caso, ele sempre “criou” uma nova rota. No caso de Gave Ding, não, porque ela foi a primeira absoluta. Com isso, levou 3 vezes o prêmio de Piolet d’Or.
7 – Alex Honnold (Estados Unidos)
Antes de tudo: por que Alex está aqui na lista? Porque ele é a resposta para esse título, que foi capa de toda a mídia em 2017: “alpinista completa a escalada sem corda mais perigosa”. Esse lugar é a parede de El Capitan, que tem 910 metros de altura e fica em Yosemite, Califórnia.
Mas, fora isso, ele também é famoso por outros feitos, ok? A maioria deles feitos sem corda, chamado de “escalada em solo” ou “free climbing”. O resultado da escalada homérica virou série da National Geographic, nomeada de “Free Solo – Viver para além do medo”.
Ele nasceu em 1985 e um ano após esse feito de 2017, Alex ainda bateu o recorde de velocidade (1:58:07) ao escalar a The Nose, também em Yosemite, junto com o seu parceiro Tommy Caldwell.
6 – Nirmal Purja (Nepal)
Agora um cara nascido no Nepal que também está fazendo história. No fim de 2019, ele foi capa de revista ao se tornar o alpinista a escalar 14 montanhas mais altas do mundo mais rapidamente, sendo em pouco mais do que 6 meses.
Nirmal escalou o Monte Shishapangma, que tem mais de 8 mil metros, no Tibete e isso aconteceu 6 meses após escalar o Monte Annapurna I, que foi o primeiro da trajetória. A façanha recebeu o nome dele próprio, de “Projeto Possível”.
Para alguns especialistas do esporte, menos do que 40 pessoas conseguiram escalar os mesmos picos do nepalês. Mais tarde, ele causou polêmica ao tirar uma foto com as forças especiais britânicas, mostrando um “congestionamento” no Monte Everest.
5 – Reinhold Messner (Itália)
Seria um dos maiores erros do mundo citar os maiores alpinistas do mundo sem falar de Reinhold, né? Ele é italiano e nasceu em 1944. Venceu o Piolet d’Or e é conhecido como um dos alpinistas mais incríveis de todos os tempos.
Bom, vamos falar de alguns dados interessantes. Por exemplo, ele foi o primeiro a escalar o Everest sem usar oxigênio para suplementação. Isso em 1978. Também foi pioneiro em alancear o teto do mundo em solitário sem oxigênio – o maior feito do montanhismo.
E foi a primeira pessoa a chegar em 8.000 metros de altura sozinho, no Nanga Parbat. E foi o primeiro a escalar todas as 14 montanhas com mais de 8.000 metros, sem oxigênio. Nesse percurso, abriu 7 novas rotas. Por isso, em 2010, levou o prêmio de Piolet d’Or.
4 – Waldemar Niclevicz (Brasil)
Você já deve ter desconfiado do motivo de o Waldemar estar aqui, não é mesmo? Ele é brasileiro. E um brasileiro, alpinista, reconhecido no mundo todo. Nascido em 1966, ele foi o primeiro brasileiro a escalar o Monte Everest, o K2 e o 7 Cumes.
E entre as 14 montanhas mais altas, com mais de 8.000 metros, ele já ascendeu metade. Ou seja, 7 delas. Só o Everest foram 2 vezes e outras 200 montanhas de grande altitude. Waldemar é formado em turismo pela Universidade Federal do Paraná.
Hoje, é considerado um alpinista polivalente, que também escala rochas, como na Serra do Mar Paranaense e no Pico das Agulhas Negras. Além disso, é palestrante, escritor e tem honrarias, como de Cidadão Honorário de Curitiba. A última escalada foi em 2016, no Peru.
3 – Vitaliy Musiyenko (Ucrânia)
O nome de Vitaliy está aqui não porque ele é um californiano nascido na Ucrânia. E sim porque em 2016 fez um feito e tanto ao escalar no Yosemite. Ele subiu uma via de gelo de 3005 metros. O engraçado é que ela se cristalizou em 2016/2017, durante o réveillon.
Assim, o escalador usou a picareta de gelo para bater uma façanha das mais surpreendentes. “Tudo o que eu queria era escalar a via. Se tivesse uma comitiva na base da via disposta a escalar comigo com cordas, eu provavelmente teria optado pelas cordas”.
E como não havia ninguém ali, o que ele fez foi ir sozinho mesmo!
2 – Brette Harrington (Estados Unidos)
Também no ano de 2016, o mundo viu outro feito que é memorável. Brette, com 23 anos, nascida na Califórnia, subiu o Fitzroy, considerando o caminho mais maciço de toda a Patagônia Argentina. E ela foi a primeira a fazer isso em solo, considerando 762 metros.
O que mais impressiona é o que ela disse sobre o próprio feito: “Eu não gostaria de vivenciar aquilo todos os dias. Porém, foi um desafio bem legal, uma vez ou outra, dá para fazer e descobrir em que nível mental você se encontra”.
1 – Alain Robert (França)
Estamos falando de um Homem-Aranha de verdade. No entanto, ele não é um alpinista, ok? Mas merece estar aqui por ter um feito incrível: escalou um arranha-céu de 75 andares, o que se tornou a escalada urbana mais alta do mundo.
Isso aconteceu em 1,5 hora em Dubai, nos Emirados Árabes. O escalador solo sempre atuou em paredes rochosas, sendo que chegou a fazer o “solo mais louco de todos os tempos”, na França. Depois, foi para o Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo.
O que é o Piolet d’Or?
Se você leu a matéria com atenção até aqui deve ter notado que em vários tópicos citamos o prêmio Piolet d’Or, ok? Então, saiba que é um prêmio anual de montanhismo dado pela revista francesa Montagnes junto com o grupo Groupe de Haute Montagne desde 1992.
É considerada a maior premiação do esporte. A escolha dos premiados acontece por um júri.
O último prêmio, de 2020, foi para Catherine Destivelle, que recebeu a honraria por toda a sua obra demonstrada até aqui. Ela é uma alpinista francesa de 60 anos, que ficou famosa por ser a 1ª mulher a dar o seu nome a uma rota de escalada e escalar sozinha a face norte do Eiger.
