O nome pode parecer estranho para você. Mas, é só começar a estudar, conhecer e aprender da canoagem que você logo ouve falar sobre waveski. Curioso para entender exatamente o que é esse esporte, não é mesmo? Nós vamos te contar de forma bem fácil.
Até mesmo porque a imprensa tem divulgado bastante nos últimos anos e meses coisas como “waveski ganha fôlego”, “conheça o waveski”, “waveski, o esporte que vem da canoagem” e muito mais. Então, vamos colocar os pingos nos is agora mesmo. Bora lá?
Como surgiu o Waveski
A história do waveski vem com um nome estampado: Merv Larsson. Ele fazia parte da equipe olímpica dos Estados Unidos e decidiu levar uma prancha para a Austrália. Isso tudo foi lá nos anos de 1970. Isso despertou a curiosidade de sul-africanos e australianos.
Inclusive, os próprios salva-vidas se interessaram pelo objeto. Assim, eles passaram a usar o waveski na rotina diário de trabalho. Curiosamente, se a gente contar você não acredita: atualmente, Austrália e África do Sul são as potências mundiais desse esporte. O Brasil também tem o seu destaque.
Já contextualizando com o assunto do esporte, saiba que há pelo menos 3 mil anos já se pratica um esporte bem parecido no Peru. Ele é chamado de Caballito de Totora. Totora é um tipo de embarcação que é feita de forma artesanal com folhas e caules da totora.
O Waveski no Brasil
Por aqui, o esporte chegou por volta da década de 1980, a partir de uma prancha trazida da África do Sul pelo pai de José Ramon do Amaral Gomes. Mais tarde, a Confederação Brasileira de Canoagem criou uma categoria para o waveski, chamada de canoagem em onda.
Hoje, há várias associações importantes no esporte, como a Associação Paulista de Waveski, que é a APWS. Também é possível encontrar por aqui algumas competições de nível nacional e até mesmo alguns “cursos” para aprender o waveski.
Como é o esporte waveski
O esporte permite que o praticante, o waveskier, use uma prancha e faça movimentos como do surfe. No entanto, eles ficam sentados na prancha. Aliás, a prancha é mais parecida com um caiaque do que obviamente com uma prancha de surfe.
Ele pode usar duas pás nas mãos e isso permite que deslize mais rapidamente fazendo várias manobras. É por essa junção de movimentos e canoa que se deu o subtítulo de “esporte que une surfe e canoagem”. Afinal, há um pouco de cada mesmo.
A prancha tem um grande volume na rabeta, que é importante para dar flutuação para o atleta. Ele tem um assento e um cinto que fixam ele à prancha. Além disso, ela conta com pedaleiras para os pés e permitem as manobras mais ousadas.
Os avanços tecnológicos do waveski
Já que comentamos sobre os equipamentos e materiais usados no waveski, vale a pena mencionar aqui que eles foram se modernizando ao longo do tempo. Logo, aquelas pranchas que eram feitas de fibra de vidro e sem miolo, hoje são bem mais leves.
Na época, elas pesavam 20 quilos e hoje não passam dos 6 quilos. Atualmente, elas são feitas com o que há de mais moderno em termos de materiais para pranchas, a resina epóxi. Tudo isso permitiu que chegasse aos Circuitos Nacionais e Internacionais.
Ah, os avanços tecnológicos também permitiram que a canoagem em onda fosse dividida entre 3 segmentos importantes e diferentes, sendo waveski, o kayaksurf e o sharkpaddle. A gente vai explicar as diferenças entre eles a partir do próximo tópico.
A canoagem em onda
De um modo geral, a canoagem em onda é aquela modalidade que é praticada com canoas, mas no mar. Assim, são atividades que acontecem nas praias, onde o praticante precisa mostrar as suas habilidades em ondas, com manobras que impressionam.
Para contextualizar toda a história que foi mencionada até aqui, saiba que no começo pequenas canoas de pesca eram usadas no esporte. Depois, os caiaques de passeio passaram a se tornar opções, lá na década de 1960, na Califórnia.
No Brasil, as praias paulistas e fluminenses foram as primeiras a receber o esporte, já nas décadas seguintes. O fato é que a canoagem em onda se divide em três opções de esporte. O waveski é um deles, mas existem outros. Abaixo, a gente explica as diferenças.
Waveski, Kayaksurf e Sharkpaddle
O waveski é um tipo de esporte onde é usado um pequeno caiaque. Ele é aberto e tem um formato que se parece muito com uma prancha de surfe. Logo, o atleta fica preso por alças de pés e um cinturão. Ele pode usar um par ou apenas um apoio para usar nas mãos.
O kayaksurf é uma modalidade da canoagem em onda que usa um pequeno caiaque também. Mas, o atleta tem que ficar com os pés totalmente dentro da embarcação. A embarcação tem uma carenagem mais fechada, com um tipo de saiote que impede a entrada de água.
Por último, vem o sharkpaddle, que é bem mais recente de todos. Ele foi criado por um paulista, o Alexandre Pierre Mattei, no ano de 2011. Esse é o primeiro esporte do segmento marítimo. O praticante surfa sentado e de pé na mesma onda. É inovador.
Os eventos nacionais de canoagem em onda
No Brasil, os esportes de canoas em onda existem de forma padronizada. Assim, tem o Campeonato Brasileiro de Canoagem em Onda, por exemplo. Um dos eventos de maior sucesso foi em 2018, na Ilha Comprida, em São Paulo. Ele dura 3 dias de evento.
No entanto, se a gente observar o calendário de eventos de canoagem, a gente vai ver que, de forma oficial, a canoagem em onda acaba ficando para trás. Isso porque o destaque maior é para a canoagem slalom, que é aquela das Olimpíadas, sabe?
Além disso, tem a canoagem velocidade, de descida e até o caiaque polo. Ultimamente, a paracanoagem também ganhou destaque na agenda nacional. De todo modo, o esporte ainda é pouco divulgado por aqui. Mas, veja abaixo: há boas notícias.
Os eventos internacionais de waveski
Se no Brasil o esporte ainda está em ascensão, saiba que em outros países ele já acontece de forma mais internacionalizada. Conforme a imprensa francesa, há alguns dias o país sediou a Copa Francesa de Surfe Waveski em Anse-Bertrand.
Isso porque as competições ficaram paradas por mais de 8 meses e agora retornou com tudo. Depois do período de pós-pandemia, os atletas puderam voltar as ondas. E um destaque foi Esther Debray, que venceu a Copa da França de Waveski.
“É um ótimo resultado de alto nível desta competição”, comentou um dos membros que organizaram o evento. E disse que para o próximo ano, a Coupe de France de Waveski vai acontecer no mês de abril. Então, que ruflem os tambores.
Os brasileiros no waveski
E já que falamos dos campeonatos nacionais de waveski, considere que não dá para falar do esporte sem citar o Maurício Marcos de Souza, considerado o terceiro melhor do mundo na modalidade waveski. É um ícone para os brasileiros.
Ele é um comissário de bordo de 28 anos que foi campeão da modalidade por várias vezes também, sendo praticamente desde o fim da década de 1980. Ele é um dos nomes mais procurados quando é para falar desse esporte radical. Outros nomes são:
- Ricardo Cadu
- Felipe Xus
- Marcelo Cunha
- Rover Nogueira
Inclusive, chegou a dizer que “não existe prancha ideal. A melhor prancha é aquela que tu melhor se adapta. Todas são boas e cabe ao atleta saber o que fazer com elas. Eu, pessoalmente, gosto de pranchas estreitas e com pouca flutuação”.
O Brasil do surfe
Para quem quer saber mais do esporte, leve em conta que os brasileiros lançaram um filme chamado de Brasil do Surfe, onde conta várias histórias do esporte, que engloba submodalidades, como é o caso do waveski. É um tipo de filme motivador!
O filme narra sobre Adriano de Souza e é feito por Felipe Marcondes. A narração é de Gabriel, o Pensador. O filme tem pouco mais do que 30 minutos es está disponível gratuitamente no Youtube. Vale a pena conferir e se emocionar.
A atualidade sobre o waveski
Para quem é brasileiro e se interessa pelo esporte, considere que após a pandemia muitos eventos devem voltar a acontecer. O SPSurf, por exemplo, já anunciou que dará mais atenção ao waveski nos próximos meses. Para saber mais, considere:
- As transmissões online dos shows de waveski acontecem no spsurf.com.br
- Inclusive, esse é o site que mais tem informação atualizada do esporte
- Onde é possível acompanhar eventos, estatutos e federações
Isso porque através de associações, os atletas estão buscando uma representação maior no nosso país. Durante as finais de eventos, vão acontecer apresentações patrocinadas pela Quiksilver e que vão ter o foco de entreter o público, além de divulgar o esporte.