Guia completo do surfe: tudo que precisa saber sobre o esporte

O surfe surgiu há muito tempo, mas só agora se tornou um esporte olímpico. É isso mesmo que você acabou de ler: o surfe é um dos novos esportes disponíveis nos Jogos Olímpicos e isso vai acontecer a partir da próxima edição, que acontecerá em 2021. 

Isso porque a defesa dele para entrar na lista dos Jogos vem há 50 anos, quando Duke Kahanamoku (vamos explicar quem é ele abaixo) começou a divulgar o esporte nos Estados Unidos. Nos próximos jogos, os surfistas participantes serão pontuados conforme as manobras.

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Foto: (reprodução/internet)

A partir dos próximos tópicos, você vai ler os seguintes temas:

  • A história do surfe
  • A história de pescador
  • O surfe hoje no mundo
  • O surfe no Brasil
  • As regras do surfe
  • Os campeonatos de surfe
  • As pontuações e o cancelamento
  • O surfe nas Olimpíadas
  • As manobras nas Olimpíadas
  • Os equipamentos usados no surfe
  • Outros novos esportes olímpicos

A história do surfe 

A verdade é que mesmo com tantas possibilidades de pesquisas disponíveis hoje em dia na internet, ainda não se tem uma única verdade sobre o surgimento do surfe no mundo. Mas a gente tem uma versão que é mais conhecida e mais creditada também. 

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Foto: (reprodução/internet)

Ela diz que o esporte surgiu na Polinésia, bem ao Sul do Oceano Pacífico. Assim, o rei de lá, chamado de Tahíto, teria sido o responsável pelo esporte no Havaí. Por outro lado, a gente também tem que ver os peruanos, que dizem ser os primeiros praticantes do esporte. 

Isso vem desde milhares de anos, quando as canoas eram feitas de junco e, a partir disso, eles criaram a prancha, que poderia ser usada para pular ondas. De fato, eles ainda possuem algumas canoas feitas com esse material, que é comum lá. Sobre o surfe ninguém tem certeza.

A história de pescador

Agora, independentemente de o surfe ter sido criado pelos polinésios ou pelos peruanos, o que se sabe mesmo é que os antigos pescadores usavam as pranchas para chegarem mais rapidamente até as praias, após dias cansativos de pescas. 

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Foto: (reprodução/internet)

Assim, quem contou foi o navegador britânico chamado James Cook. Ele é o autor dos primeiros relatos sobre o surfe, que vieram a ser datados no final do século 18. Inclusive, no Havaí, essas pranchas eram chamadas de Olo e Alaia. 

O que não é história de pescador, também, é sobre o fato que aconteceu em 1912 e serviu para popularizar ainda mais o tema: o campeão olímpico de natação daquele ano, Duke Paoa Kahanamoku, disse que só conseguiu vencer a prova devido aos treinamentos de surfe. 

O surfe hoje no mundo

Considerando essas palavras de Duke, saiba que ele é considerado um dos principais idealizadores do surfe moderno no mundo. Inclusive, é visto como o principal responsável por trazer o esporte para outras partes do mundo, o que aconteceu no início do século 20.

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Foto: (reprodução/internet)

Hoje em dia, o surfe tem por trás grandes instituições. Uma delas é a WSL ou World Surf League, que é de 1976. É ela quem organiza os campeonatos mundiais mais famosos do surfe, desde os de pranchinha até os de longboard.

E também existe a ISA ou International Surfing Association, que é mais antiga, de 1964. A ISA é uma entidade máxima do surfe mundial, ainda assim, a WSL é mais respeitada e a que mais paga premiações anualmente aos atletas. 

O surfe no Brasil

Por aqui, a história do surfe é bem mais recente. O esporte veio importado através de funcionários de companhias aéreas. Primeiro, chegou em Santos (SP) e logo depois foi para as praias cariocas também. Nas primeiras vezes, as pranchas eram de madeirite. 

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Depois, foram usadas aquelas feitas com fibra de vidro, mas importadas da Califórnia. E isso aconteceu apenas em 1964. Um ano depois, nasceu a Associação de Surfe do Rio de Janeiro. Enquanto isso, a Confederação Brasileira de Desportos reconheceu o esporte em 1988.

Assim, chegando perto dos dias atuais, a gente tem o que ficou chamado de “Brazilian Storm” ou “Tempestade Brasileira”, que nada mais é do que um número alto de competidores nacionais de alto nível que se tornaram, rapidamente, potências mundiais. 

As regras do surfe

Como todo esporte, considere que para cada competição ou modalidade podem existir regras diferentes. O mesmo vale para o surfe. Porém há também aquelas regras gerais ou básicas, que são como “etiquetas” do surfe e funcionam bem em qualquer lugar do mundo.

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Por exemplo, uma regra que todo surfista deve seguir é: a pessoa que está mais próxima do pico (peak), que é onde acontece a quebra das ondas, tem a preferência por ela. E se tem alguém pegando a onda, outro surfista jamais deve entrar na mesma onda. 

Também não se deve soltar a prancha propositalmente porque isso pode gerar acidentes. E nem adianta dar um de esperto e querer ficar, todas as vezes, mais perto da onda só para ter a chance de ir na frente de outro atleta – quem está lá há mais tempo pode ter prioridade.

Os campeonatos de surfe

Aqui vale a mesma dica acima: cada campeonato pode ter a sua própria regra. Mas há condições gerais que são bem parecidas entre todas as competições. Por exemplo, elas acontecem em baterias de 4 surfistas, sendo que 2 deles avançam para a etapa seguinte.

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Foto: (reprodução/internet)

Assim, em alguns casos mais raros, tem até baterias de 5 atletas. Mas o fato é que geralmente só avançam 2 para as etapas próximas. Há ainda a possibilidade de ter repescagens ou “losers round”, que é praticamente a mesma coisa do que dar uma nova chance a quem foi eliminado.

Tem ainda a questão do tempo de bateria, que deve ter ao menos 15 minutos e as finais são mais longas, de 20 minutos. O início acontece com a sirene e o encerramento com dois toques na sirene. O número máximo de ondas permitidas por atleta depende do Head Judge da prova.

As pontuações e o cancelamento

Outra regra importante é a seguinte: se o mar não apresentar ondas com pelo menos 30 centímetros, então, o campeonato é cancelado ou adiado para outro local, em outro dia e outra hora. Se houver o cancelamento, os pontos são divididos entre os classificados.

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Foto: (reprodução/internet)

Já com relação a pontuação no surfe, saiba que os juízes dão a nota, variando até 10, para cada onda surfada. Assim, a avaliação maior e a menor são descartadas, ficando apenas as medianas. Então, faz o cálculo simples da média das 3 notas medianas para o resultado.

Há ainda que se pensar em critérios que cada juiz pode considerar. Por exemplo, a dificuldade da manobra, a versatilidade do surfista, o tipo de movimento, a onda, etc. Obviamente, quem fizer mais pontos é o vencedor da competição. 

O surfe nas Olimpíadas

Ainda se tratando de novidades no surfe e as suas regras, considere que ele será disputado pela primeira vez nas Olimpíadas em 2021. Isso porque a edição de 2020 foi adiada. O fato é que junto com o skate, ele é um novo esporte olímpico

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Foto: (reprodução/internet)

Na competição, o número de competidores será de 20 homens e 20 mulheres, sendo o máximo de dois atletas por país em cada gênero. Assim, a classificação se dará por níveis hierárquicos, como as provas do CT, do ISA, do Pan-Americano, da Copa da Nação.

A previsão é a de que o evento aconteça em Chiba, que é um lugar que fica a 40 minutos de Tóquio. O pico de lá é o Tsurigasaki. A curiosidade está no fato de que o evento poderá esperar por 16 dias até que boas ondas apareçam. Como no Japão há tufões, acredita-se que elas vão aparecer.

As manobras que podem acontecer nas Olimpíadas

Como vimos não há uma regra simples ou única para o esporte, já que ele funciona a partir de pontuação. Assim, o que se espera é que os atletas abusem das melhores manobras do surfe, como o tubo, que é quando ele fica completamente dentro da onda.

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Foto: (reprodução/internet)

Tem as batidas do lip também, que valem muitos pontos. Para fazer o movimento correto, o atleta deve bater com a parte de baixo da prancha no lip, que é a crista da onda. Já o 360º é uma volta completa sobre si mesmo usando a prancha e continuando na mesma direção. 

Outro movimento do surfe que impressiona é chamado de rasgada. Nela, o surfista busca a descida logo após subir na onda. Para isso, ele joga a rabeta (parte de trás da prancha) para a frente e vira o corpo na direção da onda.

Os equipamentos usados no surfe

Por último, uma curiosidade. Saiba que além da prancha, que hoje em dia é feita de poliuretano e de vários tamanhos, o surfista também precisa ter outros acessórios e equipamentos, como o leash e a parafina. 

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O leash é aquela corda que liga o surfista à prancha. De modo geral, ela fica presa no calcanhar do indivíduo, para que ele não a perca ou para que não tenha dificuldades em subir nela em caso de queda. Já a parafina é para garantir a adesão das solas do pé do surfista na prancha.

Curiosidade – outros novos esportes olímpicos

Além do surfe, os próximos Jogos Olímpicos também vão contar com o skate, a escalada esportiva, o karatê e o beisebol (e o seu variável softball). Cada um deles terá a sua regra e os selecionados serão escolhidos a partir de rankings.