Parkour ou Le Parkour é a mesma coisa. Estamos falando de um esporte de aventura. Só que esse esporte antes era apenas um método de treinamento individual. Atualmente, tem ganhado destaque como atividade física de aventura e esporte popular. Conheça-o.
A ideia é que o praticante ultrapasse, de maneira rápida e segura, vários e quaisquer obstáculos, como muros, pontes, espaços. E para isso só se pode usar o corpo humano. Ou seja, é como fazer manobras no ar, mas sem estar com uma bike ou skate, por exemplo.

O surgimento do parkour
Ao que se tem conhecimento, o parkour surgiu na França no fim da década de 1980. A expressão vem de uma adaptação da palavra francesa “parcours” e foi uma sugestão do amigo de David Belle. Aliás, Belle é o pai do parkour, que junto com amigos, fundaram o esporte.

E parkour também tem relação com o “parcours du combattant”, que nada mais é do que uma pista de obstáculos do pentatlo militar. O que importa é que a modalidade foi influenciada por práticas corporais, como a ginástica e a educação de Georges Hébert (Méthode Naturelle).
Apesar de ser um esporte praticado individualmente, saiba que dá para combinar grupos de pessoas e praticantes para combinarem manobras e movimentos. Ou seja, também pode ser um esporte coletivo, ainda que cada pessoa fique responsável por sua apresentação.
A popularização do parkour
Um segundo ponto bacana de conhecer sobre o esporte é que ele é mais praticado por homens. Só que isso tem mudado com o tempo, já que hoje há muitas mulheres à frente do parkour. Traceur é o praticante homem e traceuse é a praticante mulher.

Atualmente, o esporte tem sido disseminado no Reino Unido, porém, com uma temática um pouco diferente, já que referencia a Educação Física nacional de lá. Essa popularização se deve a vários fatores, como ao uso de equipamentos, que é bastante acessível.
Por exemplo, o praticante vai precisar apenas de roupas e calçados confortáveis, como calça de moletom, bermuda, camiseta leve e tênis que seja emborrachado. Esses equipamentos não são obrigatórios, mas altamente recomendados.
Os treinamentos e a auto avaliação
Antes de prosseguir é muito importante que a pessoa considere que o esporte quase sempre acontece de forma aleatória e em apresentações sem um órgão organizador por trás. Por isso, é de responsabilidade do atleta todos os devidos cuidados para evitar acidentes.

Isso parte dos equipamentos que mencionamos acima, por exemplo. Sendo que raramente se usa protetores, como os de cotovelos ou joelhos e nem mesmo capacetes ou luvas para a prática dos pulos, saltos, caídas, aterrisagens.
Assim, o objetivo é fortalecer o corpo, sendo que ele mesmo oferece as posições de “salvaguarda”, que mantém o corpo na defesa e sem agressões. De todo modo, o treinamento se faz necessário para conhecer as habilidades individuais.
Os movimentos do parkour
Com base em tantos obstáculos que podem existir, o praticante tem que observar o ambiente antes de se movimentar. Assim, as regras falam sobre: observar a área de contato, testar a resistência do material, verificar a inclinação da superfície.

Também é preciso verificar a aderência do local, o nivelamento dos obstáculos, a altura, o comprimento, as condições do clima, a distância entre obstáculos. Depois, deve-se pensar nos movimentos também, misturando os obstáculos com a criatividade.
Assim, dá para se equilibrar, saltar, rolar, nadar, escalar, correr, girar, “voar”, pegar impulso, amortecer. Portanto, dá para notar que o parkour acaba se tornando um esporte bastante completo, dinâmico e muito arriscado, dependendo do ambiente.
Os movimentos técnicos mais comuns
Agora que você viu quase tudo o que é possível de acontecer no parkour, considere que atualmente o salto do gato é o mais comum. Ele acontece quando o praticante quer se pendurar ou se fixar em algum lugar.

O desmonte é uma técnica que desloca o praticante de um local para outro. Já a aterrisagem é a queda realizada pelo praticante de modo a minimizar o impacto e evitar lesões. A passagem é quando há passagens de um local para outro entre obstáculos, como muros e paredes.
Já nas subidas é preciso usar braços e pernas para realizar a escalada de um objeto ou local.
Parkour enquanto exercício físico e mental
Agora vem uma curiosidade do parkour: apesar de ser uma atividade que exige e trabalha muito com o corpo humano, considere que ela também exige um bom treinamento mental. E isso tudo fecha o conjunto da obra, que é necessário para a prática do parkour.

Entre os exercícios físicos, o mais recomendado é que os praticantes treinem os agachamentos, os abdominais, as flexões, as puxadas em barras, etc. Por isso, é comum que os praticantes façam musculação também, com repetições de movimentos básicos.
A partir disso é que começa a se pensar nas técnicas que podem ser usadas no parkour, sendo que isso vai exigir condicionamento físico e uma busca incessante por novos desafios.
As competições de parkour no mundo
Aqui vale mencionar que há ainda uma grande disputa entre quem defenda a competição de parkour e quem nega. Isso porque para algumas pessoas, o parkour não tem fins competitivos e sim de treinamento, logo, torneios não concordariam com o objetivo do esporte.

O resultado é que a World Freerunning Parkour Federation defende as competições, lançando torneios online de parkour e criando celebridades ao redor do mundo. Já a Fedérration Internationale des Arts du Déplacement e a ParkourUK são contra os eventos.
Essas instituições se baseiam no fato de que o parkour não é competitivo para se ter torneios, sendo que a ética do esporte dita sobre humildade, respeito, autodomínio, disciplina, amizade e preservar o ambiente. A Chennai Parkour também é contra os jogos.
As regras das competições de parkour
Se por um lado o parkour pode ser praticado livremente, saiba que em competições é preciso considerar algumas regras como forma de padronizar movimentos e ações. Assim, as categorias são divididas entre a corrida e o estilo livre. Ambas são para homens e mulheres.

A categoria de corrida nada mais é do que percorrer uma pista com vários obstáculos em um tempo cronometrado. Já no estilo livre, o que vale são as manobras, que também devem acontecer em um período determinado e em uma pista de obstáculos.
Em ambos os casos, o atleta poderá fazer 2 provas. E as competições atuais de parkour limitam até 12 homens e até 12 mulheres. Em casos excepcionais há mudanças. Uma exigência é que todos os torneios envolvam também exposição e oficinas para estimular o espirito esportivo.
O parkour nos cinemas
Com a popularização desse esporte de aventura, muitos diretores começaram a procurar meios de gravar cenas do parkour para seus filmes. Em outros casos, há filmes que contam sobre o esporte, de um modo bastante histórico, convincente e real.

O próprio David Belle protagoniza vários filmes, como veremos abaixo. Mas, o fato é que essa história do parkour nos cinemas e na mídia vem desde 1997, quando foi veiculada a primeira reportagem com nomes do parkour para o canal francês France 2.
Já em 2000, o filme “Táxi 2” trouxe membros do grupo Yamasaki e a partir de 2002, Belle começa a aparecer em várias cenas de propagandas, como em um comercial da BBC, para o programa Rush Hour.
Os filmes de David Belle
Em 2005, David Belle estreou o curta-metragem “Um Monde Meilleur”, que foi dirigido por Igor Pejic. No ano seguinte, ele o curta apresentou Belle como um mercenário que buscava o paraíso. Em 2008, ele autorizou um documentário, de Duncan Germain, o “Pilgrimage Project”.

Já em 2011, Belle foi o coordenador e coreógrafo das cenas de ação no filme “Colombiana”. E ele teve a mesma atuação em 2010, no filme “Príncipe da Pérsia”. Em 2011 também, ele apareceu no comercial da Canon e no mesmo ano, no comercial da Remington.
E foi a partir de 2012 que protagonizou vários comerciais e cenas, como da marca Vittel, no filme “A Família”, no filme “13º Distrito” e para a empresa Techland. Ele também fez o curta-metragem Jaya e da série Brutal: Taste of Violence.
As mortes no parkour
Infelizmente, como se trata de um esporte radical, saiba que o parkour também já fez vítimas. Por isso, a recomendação sempre é treinar muito antes de praticar e fazer isso acompanhado de pessoas mais experientes em um primeiro momento.

A primeira morte que se tem notícia foi em 2012, em São Petersburgo, quando uma garota de 24 anos morreu ao pular do alto de um prédio para outro. Ela errou o salto e caiu de uma altura de 17 andares. Em 2018, Pavel Kashin, também morreu quando gravava um vídeo.
Ele era praticante do Free Running e estava no topo de um prédio quando resolveu fazer o backflipe na sacada. Porém, o movimento não foi completo e ele despencou.
Sobre Tim Shieff
Se por um lado a gente tem David Belle como principal nome do parkour no mundo, considere que Tim Shieff ou Timothy Graham Shieff é o principal nome da atualidade. Ele é um praticante de maior destaque, sendo que venceu o Mundial Freerun Barclaycard de 2009.
Mas, apesar da prática, dos movimentos e do parkour, ele ficou conhecido por ser muito polêmico, ainda mais na defesa do veganismo. Veja uma das frases dele: “Eu sou um garoto pulando por aí enquanto há animais morrendo e um planeta sendo poluído”.