Ellen Fokkema: uma história para quem se interessa por futebol feminino

Ellen Fokkema é considerada a primeira mulher a jogar em um time de futebol masculino. E estamos falando de algo recente, que foi contado no fim de 2020. Ela tinha apenas 19 anos quando revolucionou a história do futebol feminino mundial ao conseguir o feito.

O fato curioso é que para ela isso não é novidade alguma, já que atua desde os 5 anos entre os meninos. “Agora, é um novo desafio porque somos maiores, mas eu me sinto preparada”, comentou a jogadora, que agora é referência para meninas do mundo todo.

Ellen Fokkema: uma história para quem se interessa por futebol feminino
Foto: (reprodução/internet)

O que diz a Federação de Futebol

A informação foi anunciada pela Federação Holandesa de Futebol, a KNVB e disse que tudo não se passa de uma medida experimental para que a atleta integre o time masculino do VV Foarut, que está na 4ª divisão da competição nacional.

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Foto: (reprodução/internet)

A ideia da Federação é flexibilizar as regras para ter times mistos nas categorias adultas, exatamente como tem sido feito nas competições de base. Vale lembrar que a FIFA, diferente da Holanda, não permite essa espécie de clubes mistos, fazendo a separação dos gêneros.

Mas, a Federação Holandesa garante que se a ideia der certo, a experiência vai chegar a outras jogadoras também. Quanto ao clube, o VV Foarut, ele fica na cidade de Menaam, que tem somente 3 mil habitantes e todos ficaram sabendo da menina que joga entre os meninos.

A importância da Federação de Futebol

Para quem não pegou a ideia, saiba que a Federação de Futebol da Holanda surgiu em 1929 e adotou o nome de “Real”. Ela é membro da FIFA antes disso, porém, sendo desde 1904 e da UEFA desde 1954. Ela organiza quase todas as ligas de futebol do pais, como Eredivisie e Taça.

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Foto: (reprodução/internet)

É considerada uma das federações de futebol mais antigas do mundo e mais influentes também, sendo uma das fundadoras da Federação Internacional de Futebol Associado, a FIFA, que nasceu em 1904, em Paris.

É por isso que o assunto se torna tão importante, já que se torna mundialmente conhecido e pode mudar os próximos passos do futebol feminino.

A confirmação já foi feita!

Conforme informações de alguns sites focados em esportes, a descrição de Ellen Fokkema está como “futebolista holandesa, atualmente, meia do Foarut”. Assim, a meio-campista teve início no clube marcado no ano de 2020, onde ela já marcou gols.

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Foto: (reprodução/internet)

Para quem não sabe e está curioso, vamos contar um pouco mais sobre a história da garota. Ela joga bola desde os 5 anos e essa foi a terceira tentativa dela de jogar com os meninos, visando uma profissionalização mais ágil.

O clube de estreia é o Foarut e o jogo aconteceu em 29 de agosto de 2020, em uma partida contra o Beetgum, com a vitória do time da Ellen por 2 a 1. Ela entrou em campo aos 60 minutos de jogo.

Por pouco ela não é aceita no time

Só para que você compreenda de verdade o assunto, saiba que devido à idade dela, se a Federação aceitasse o pedido, possivelmente, ela ficaria o restante da vida no time B ou poderia parar de jogar futebol, sem perspectiva de carreira.

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Foto: (reprodução/internet)

Já no clube A, que é o que vai acontecer agora, ela tem muitas chances de prosseguir e conseguir postos mais altos. “Teria sido uma pena se não tivesse entrado na equipe profissional do próximo ano”, ela comentou. 

Eu não tenho ideia de como isso vai funcionar. Porém, estou muito feliz por fazer parte desse projeto piloto”. Curiosamente, a mudança nas regras é gradual. Isso porque em 2015, a ideia era de 16 anos para as meninas e foi permitido até os 18. Agora, a inclusão no time A.

O futebol feminino na Holanda

Para o responsável pela KNVB, Art Legenher, todos os anos em todas as competições, a Federação recebe pedidos como o de Ellen, para jogar bola entre meninos. A ideia é que elas sejam incluídas nessa competição já que não há elencos do gênero delas.

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Foto: (reprodução/internet)

“Nós apoiamos a diversidade e a igualdade e achamos que tem espaço para todos que joguem futebol. Esse será um desafio real que não podemos deixar de tentar vencer”. Assim, a ideia é que as meninas possam jogar futebol sem que tenham que sair de suas cidades.

Para quem não sabe, o futebol feminino na Holanda existe desde 1971, sendo que na Copa do Mundo de 2019, que foi na França, a seleção holandesa chegou na grande final – e perdeu somente para os Estados Unidos.

O futebol misto não é novidade

Se o futebol feminino existe desde 1971, saiba que desde 1986 é permitido que homens e mulheres joguem no mesmo ambiente. Só que isso só acontecia nas categorias de base – onde se considera jovens de até 19 anos.

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Foto: (reprodução/internet)

O resultado é que os meninos podem migrar para a categoria A, que é a principal das suas equipes enquanto que as meninas continuam na categoria B, da base ou também podem ir para as equipes femininas profissionais.

Essa foi uma forma que o país encontrou de possibilitar a inclusão de meninas de diversas partes do país dentro do esporte.

O que dizem os especialistas

Vera Paum é uma treinadora de futebol da Holanda que atualmente treina a equipe da República da Irlanda. Ela disse que a tendência é auxiliar as meninas nesse processo de internacionalização.

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Foto: (reprodução/internet)

Ela, que já dirigiu também a Holanda e a África do Sul, diz que as mudanças que vem de regras de 1986 são importantes para permitir que as meninas com menos de 12 anos possam ingressar em times masculinos. “O resultado é positivo e abre portas para todos do futebol”.

Inclusive, ela lembra que jogadoras que hoje fazem parte do profissional vieram dessas mudanças na lei, que começaram em 1990. Entre os nomes citados, destacamos: Lucy Bronze, Rachel Daly e Leah Williamson, que jogaram no masculino até os 12 anos.

Outras experiências com foco no futebol feminino

Também é bacana dizer que, além do futebol misto, há ainda outras alternativas para quem quer e quem busca algumas saídas para profissionalizar as meninas do futebol.

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Foto: (reprodução/internet)

Na Inglaterra, por exemplo, existe o FA Girl’s England Talent Pathway. A ideia da Federação Inglesa é oferecer um caminho linear, onde a jogadora começa jogando enquanto menina e vai passando níveis macro até chegar aos centros de treinamentos profissionais.

É a partir dessa base que ela passa a ter mais chances de vestir a camisa da seleção, por exemplo. E para isso, a Federação faz o uso do futebol misto, sendo em idades inferiores, como da base, existe a chance de unir homens e mulheres em um mesmo campo de jogo.

Meninas contra meninos

Outro fato curioso, que também pode servir de exemplo, é o time do Arsenal, que tem um time só de meninas, mas que joga competições contra clubes de meninos ou mistos.

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Foto: (reprodução/internet)

Isso é chamado por eles de Currículo de Formação Exclusiva. No Brasil, há algo parecido, que foi narrado no “Minas do Futebol”, que mostra uma equipe de futebol feminino que desafia o campeonato masculino do Centro Olímpico de São Paulo.

Vamos mencionar mais desse filme no fim do texto. Leia!

Uma nova equipe do futebol feminino: Angel City

Já que o assunto é futebol feminino, vamos trazer outra notícia que é muito recente. Você sabia que está nascendo um novo clube de futebol feminino que, a partir de 2022, vai disputar a Liga de Futebol Feminino dos Estados Unidos?

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Foto: (reprodução/internet)

A equipe é sediada em Los Angeles e foi lançada através de anúncios de famosos, como a Serena Williams, que é uma das investidoras do clube. Além dela, a atriz Natalie Portman também apoia as meninas, sem falar em Mia Hamm e Abby Wambach.

Aliás, se você quer saber todos os nomes por trás do nome clube, anote aí: Uso Aduba, Jessica Chastain, America Ferrera, Jennifer Garner, Eva Longoria Baston, Lilly Singh, Glennon Doyle e tem ainda mais 14 ex-jogadoras, como a Mia e a Abby.

O filme: Minas do Futebol

Acima, em alguma parte do texto, nós falamos sobre um filme nacional que acompanha o clube de futebol feminino que desafiou clubes de meninos, você se lembra?

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Foto: (reprodução/internet)

Esse filme é chamado de “Minas do Futebol” e está disponível em vários canais de streaming para ser visto gratuitamente, como no Youtube. Ele tem pouco mais de uma hora de história e acontece em uma forma de documentário, já que há entrevistas com diversas jogadoras.

Onde ver os jogos de futebol feminino

Um fato curioso e que pouca gente considera é que como no futebol masculino, as competições do feminino também possuem os direitos de transmissões. Na última edição, esses direitos do Brasileirão Feminino ficaram com a TV Bandeirantes. O mesmo vale para a nova edição.

Só que mais recentemente, o canal Desimpedidos também ganhou (comprou) os direitos para transmitir pela internet. Além dele, a CBF TB também vai transmitir jogos em parceria com a My Cujoo, que é uma espécie de streaming de esportes. Ao passo que os espectadores terão, ao menos, 3 canais para ver os jogos.