A época é de pandemia. Porém, isso não tirou o brilho do futebol feminino, que tem ganhado cada vez mais importância no mercado futebolístico. É claro que ainda está longe de ter uma valorização como a do gênero masculino. Porém, há uma melhora significativa com referência ao passado.
O que pode provar isso é que nesse ano de 2021, a modalidade fez novas e mais contratações entre equipes e, inclusive, chegou a reconhecer alguns dos contratos mais altos de todos os tempos. E isso nos leva a refletir uma coisa: qual é a jogadora mais cara do mundo? E não estamos falando de salários, mas de valor de transferência, ok?
As recentes transferências do futebol feminino
Com base em um estudo da FIFA, o número de transferências internacionais de jogadores profissionais no mundo todo caiu 36,2% no futebol masculino. Ou seja, de 4.215 para 2.690. Inclusive, os gastos despencaram de US$ 1,16 bilhão em 2020 para US$ 0,59 bilhão em 2021.
Já no caso do futebol feminino, as contratações também diminuíram, mas não tão drasticamente. Assim, ela eram de 185 e passaram a ser de 177 nesse ano. No entanto, o que muda é que houve mais investimentos por parte dos clubes.
Logo, o investimento foi de 60% a mais. Ou seja, se antes era de US$ 193.600 nesse ano passou a ser de US$ 310.100. Inclusive, com nomes de clubes famosos por trás das grandes contratações, como falaremos nos próximos tópicos.
A compra de passe no futebol feminino
Antes de começar a leitura é bem importante você saber que no futebol feminino ainda não há a “compra de passe”, como acontece no futebol masculino. Pelo menos, não no Brasil. Já na Europa é uma história que está dando os primeiros passos.
E isso quer dizer muitas coisas. Por exemplo, a negociação costuma acontecer diretamente entre jogadores e clubes, sem que se considere o outro clube. Assim, depende muito de a vontade da jogadora sair de um clube e ir para outro do que, propriamente, de valores.
Mas, na Europa isso tem começado a mudar e a contratação milionária de uma jogadora que foi para o Chelsea mostra isso, como vamos mencionar abaixo.
No Brasil
No entanto, com exceção da Europa, outros países, como é o caso do Brasil, permite uma movimentação de jogadores de forma muito menos burocrática. É algo como se o contrato fosse anual e sem direitos. Sabe?
É por isso que se vê grandes jogadores migrando de um clube para outro ano a ano, como aconteceu com a Cristiane, que também vamos mencionar abaixo. O resultado pode ser algo bem ruim do ponto de vista que se perde o valor da transação no mercado.
Só para se ter uma ideia disso, no fim de 2019, o time feminino do Grêmio perdeu 14 atletas. Como assim, perdeu? Elas foram dispensadas e sem direitos. Por outro lado, quem consegue mais patrocínio acaba conseguindo fazer mais contratações, como é o caso do Corinthians.
As maiores contratações do ano
No entanto, ainda que tenhamos que considerar essa triste realidade do futebol feminino em grande parte do país, saiba que as movimentações têm acontecido, o que pode mudar o cenário.
Abaixo, você vai ver que algumas delas aconteceram de forma bastante estratégica e importante, como é o caso da Lindsay Camila, uma treinadora que vai atuar por um clube brasileiro. Entenda mais!
Lindsay Camila (Estados Unidos)
Vamos começar com uma curiosidade, Camila é uma treinadora de futebol feminino. Mas, a contratação dela, apesar de que treinadoras não possuem tanta fama nesse sentido, foi muito esperada pelo clube brasileiro campeão do mundo, a Ferroviária.
Sendo assim, a nova treinadora tem muita história na Europa e foi contratada para tornar a Ferroviária, que é vista como uma das principais equipes do Brasil, ainda mais forte. Camila tem a licença A da UEFA e se diz feliz em chegar em um clube de tanta história.
Ela substitui a Tatiele Silveira, que conseguiu conquistar um campeonato brasileiro, o vice da Libertadores, o vice do Paulista.
Lucero Robayo (Colômbia)
A colombiana é um dos primeiros nomes que vamos lembrar aqui porque ela foi muito festejada após a contratação do Cruzeiro, do Brasil. Ela veio do Santa Fé, da Colômbia, tem 24 anos e vai compor o elenco mineiro que já conta com mais 2 nomes estrangeiros.
O Cruzeiro tem apostado em jogadoras de outros países, sendo que já havia contratado a norte-americana Stephanie Zuniga e a colombiana Jéssica Romero. Lucero, por sua vez, já havia jogado no Brasil, ao defender o Audax, em 2019.
Cristiane (Brasil)
A brasileira Cristiane, que é um dos principais nomes da seleção brasileira, com 2 ouros em Pan-Americanos e mais 2 pratas em Olimpíadas tem migrado entre vários clubes do seu país. Ela começou a carreira em 2005 pelo Juventus, mas atuou com sucesso no PSG, da França.
Além disso, tem passagens por Corinthians, São José, São Paulo e até na China. Em 2020 chegou ao Santos, de novo, após a última passagem, que foi em 2009, quando conquistou a Libertadores da América.
Rose Lavelle (Estados Unidos)
Ela é vista como um dos maiores nomes da sua geração. Aos 25 anos, Rose é uma norte-americana de Ohio, que começou a carreira no Dayton Dutch Lions, mas já passou por vários outros do mesmo país. Agora, foi para a Inglaterra, atuar pelo Manchester City.
Ela acredita que a Liga Inglesa fará bem para o seu desenvolvimento enquanto atleta. E, por isso, aceitou a contratação, que não teve valor anunciado publicamente. A jogadora é bem-vista pelo tempo de bola, posse de bola e momentos decisivos na partida.
Já a Liga Inglesa é uma das mais intensas do mundo no futebol feminino, sendo que forma também as atletas mais completas.
Ona Batlle (Espanha)
A lateral esquerda da seleção da Espanha era muito visada pelo Real Madrid, sendo que ela foi testada no Levante. Assim, o clube espanhol de maior expressão até mostrou interesse pela jogadora, mas para tirar ela do Levante precisaria arcar com um valor de 350 mil euros.
No entanto, essa cláusula não vale para clubes de outras ligas. Por isso, a jogadora foi contratada pelo Manchester United. Porém, não se sabe exatamente o valor que foi pago. O que se sabe é que foi uma ótima escolha do Manchester, que tem a jogadora no elenco.
Ela ainda é bem jovem, com 21 anos, sendo considerada uma futura craque. Tanto é que está na Espanha Sub-20 e teve destaque no Sub-19 também. Batlle é vista como uma ótima opção para o combate 1×1, o que deve beneficiar os Red Devils.
Tobin Heath (Estados Unidos)
Do Portland Thorns, a camisa 17 da seleção norte-americana, optou por sair do seu país para jogar no Manchester United. Sendo assim, uma nova contratação desse clube, que foi um dos que mais investiu em novas craques. Porém, também, sem valor anunciado.
Tobin tem 32 anos sendo uma experiente jogadora e que tem no currículo 2 ouros em Jogos Olímpicos e outro na Copa do Mundo de Futebol Feminino.
Chloe Kelly (Inglaterra)
O Everton é um clube inglês que é muito conhecido por fazer surgir novas estrelas. E Kelly foi um desses nomes na última temporada. Assim sendo, em 12 partidas, ela marcou 9 gols, sendo que ainda teve uma assistência. Ou seja, praticou de quase metade dos gols do Everton.
Por isso, a jovem jogadora foi negociada com o Manchester City. Assim, com 22 anos, ela é vista como alguém que chama o jogo para si, inclusive, criando chances de gol. Em vídeos na internet, dá para ver os mais bonitos gols que ela fez, inclusive, de longa distância.
O Manchester City e o Everton não anunciaram o valor da transferência.
Pernille Harder (Dinamarca)
Chamada de máquina de fazer gols, a dinamarquesa é considerara a jogadora mais cara do futebol. Isso porque o Chelsea, da Inglaterra, contratou a atacante, que tem 27 anos, pelo valor de 350 mil euros. Sendo esse o maior valor de toda a história do futebol feminino.
Ela foi destaque do Wolfsburg na Liga dos Campeões da Europa, sendo que chegou no clube alemão em 2017. Antes disso, ela jogava pelo Linkopings, da Suécia, onde marcou 85 gols em 109 partidas. Na Alemanha, foram 105 gols em 114 jogos.
O resultado é que ela foi eleita a Jogadora do Ano pela UEFA no ano de 2018 e por pouco não ficou com a Bola de Ouro, perdendo para Ada Hegerberg. Em um dos jogos da Liga dos Campeões da última temporada, ela marcou 4 gols, contra o Glasgow City.
As outras jogadoras mais caras do futebol feminino
Como anunciamos acima, a Harder foi a contratação mais cara do futebol feminino até aqui, certo? No entanto, você pode ter percebido que não citamos os valores das outras contratações que aconteceram e que custaram valores altos. Isso tem motivo.
A verdade é que os clubes não falam abertamente dos valores de negociação. Talvez porque o futebol feminino ainda seja tabu ou porque querem evitar comparações com o futebol masculino. Porém, o que se sabe é que elas foram contratações caras, por isso, foram citadas.