Aos 21 anos, ela fez acrobacias ao som de Michael Jackson e tirou a pontuação máxima da ginástica. O que pouca gente sabe é que antes disso, aos 17 anos, ela abandou a competição de elite por sofrer muita pressão e estar fadada pelas lesões.
Hoje, Ohashi é um símbolo do empoderamento das mulheres no esporte. Para quem não conhece esse nome, saiba que está tudo bem e você vai conhecer agora. Até mesmo porque em 2013, ela chegou a vencer a famosa Simone Biles, que você também já ouviu falar.
Quem é Katelyn Ohashi
Ela começou na ginástica aos 3 anos e não conseguiu participar dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, porque não tinha idade mínima. Depois, sofreu muito com as lesões e saiu da elite. Porém, voltou a ser uma nota 10. Como tudo isso aconteceu você descobre agora.
“Houve um tempo em que estava no topo do mundo. Era uma esperança olímpica. Era invencível. Até deixar de ser”, ela disse em recente entrevista, após um boom midiático sobre o seu nome.
Para chegar e merecer o sorriso mais bonito da prova, ela passou muitas semanas difíceis, de treinos, de expectativas, de lesões. Só que a história é surpreendente, comovente e inspiradora. A partir do próximo tópico, você vai conhecer tudo sobre Ohashi.
O histórico de Ohashi na ginástica
Como mencionado acima, ela entrou na ginástica aos 3 anos. Isso porque andava pelo pavilhão dos treinos e via como tudo acontecia naquele lugar. Quando completou 9 anos de idade, foi para Missouri com a mãe e um dos irmãos.
Foi a partir daí que a sua profissionalização começou. Afinal, ela entrou no Great American Gymnastics Experience. Três anos mais tarde, quando ela tinha 12, foi para o Texas e passou a fazer parte do World Olympic Gymnastics Academy.
O problema é que ela teve uma grave fratura nas costas e passou a ter vários problemas no ombro também. O desígnio, como ela mesmo chama, fez com que fosse comparada a “um pássaro que não consegue voar”.
Ainda sobre o histórico
E apesar dessa pausa para falar das lesões, saiba que antes disso, quando tinha apenas 13 anos, ela ganhou provas de barras assimétricas em campeonatos nacionais juniores. Sendo que isso a deixou em segundo lugar no All Around.
Um ano depois, ela venceu a trave de novo e em 2012, além da trave, levou mais duas pratas. Em condições normais, com uma 5ª posição no All Around, ela integraria a equipe dos Estados Unidos dos Jogos de Londres. Porém, ela não tinha idade mínima para isso.
Aliás, em 2013, ela também venceu o American Cup, que é uma das maiores competições de ginástica do mundo. E como você sabe, logo após isso ela começou as suas operações, como do ombro e, então, não foi bem no restante das competições que viria a disputar.
Um passo para trás
Sem muito sucesso a partir disso, em 2015, para piorar a situação, ela teve mais uma lesão, só que agora nas costas. E a recomendação também era de uma nova cirurgia. Exausta, Katelyn não teve outra opção, se não a de dar um passo para trás.
Foi assim que ela decidiu abandonar o nível de elite, indo para a UCLA Bruins, que é uma equipe feminina de ginástica da Universidade da Califórnia. E essa passagem foi determinante para que depois ela pudesse dar dois passos adiante e tirar uma nota 10, como sabemos.
“A UCLA me fez ter um novo objetivo e voltar a amar o esporte. A minha mãe não estava pronta para isso, para abandonar a ginástica. Mas, depois, viu que eu estava contente e me tornei uma nova pessoa”, ela comentou em entrevista.
A nota 10
Foi ao som de Michael Jackson e Tina Turner que ela conseguiu provar o seu valor, de novo, na ginástica. Aos 21 anos, ele voltou a fazer o que gosta e que havia começado lá atrás, aos 3 anos. E dizem que ela estava tão maravilhosa como nos ouros de 2012.
Essa nota 10 foi em 2019, um pouco antes de a pandemia se instalar no mundo. E a performance de Katelyn chamou a atenção de toda a internet, sendo que o vídeo dela e as fotos se viralizaram rapidamente – sem que as pessoas conhecessem a história por trás.
Tudo aconteceu de uma competição em Anaheim, nos Estados Unidos. O vídeo com o exercício que ela fez, disponibilizado acima, tem mais de dezenas de milhões de visualizações. E pode-se dizer que em pouco menos de 2 minutos, já é possível se encantar com a performance da atleta.
O que ela disse
Após a apresentação, em sua conta no Twitter, Ohashi foi irônica, ao compartilhar o próprio vídeo, que foi publicado na página da sua equipe, a UCLA Gymnastics. A frase que ela usou foi a seguinte: “um 10 não é suficiente para esse exercício de solo”.
Vale lembrar que após a frase, ela ainda se tornaria cocampeã da Associação Nacional Esportiva Universitária em exercícios de solo.
Já no fim do ano, quando tinha 22 anos, ela disputou o Aurora Games, que é um festival feminino em Albany, nos Estados Unidos. E, com a coreografia da música “Proud Mary”, da Tina Turner, ela tirou outro 10.
Todas as conquistas de Ohashi
Considere que até o ano de 2012, Katelyn foi um dos principais nomes da ginastica mundial. Por exemplo, nesse ano, ela venceu o Campeonato Pacifico Jr. em praticamente todas as modalidades: equipe, individual geral, barras assimétricas, trave de equilibro e solo.
No mesmo ano, ainda ficou com o ouro do Nacional Jr. nas barras assimétricas, além das pratas na trave de equilíbrio e no solo. E também venceu o Jesolo Trophy Jr. por equipe.
O seu primeiro título de destaque veio em 2010, com o Nacional Jr. só que na categoria de barras assimétricas. No mesmo ano, ela venceu a prata do individual geral. Sendo que já havia conseguido uma prata nessa competição, em 2009, no solo.
Outros detalhes sobre a ginasta
Há ainda outros detalhes que pouca gente sabe sobre a Katelyn, como o fato de que ela tem três irmãos mais velhos, sendo Ryan, Kyle e Kalen. Além disso, ela é descendente de alemães e japoneses.
Fora isso, ela tinha problemas com a própria imagem corporal, sendo que foi alvo de insultos por longa data. E isso acabou ficando “escondido” da mídia, já que os motivos para a queda de rendimento dela teriam sido as cirurgias.
Porém, com aconselhamento mental da UCLA, ela conseguiu dar a volta por cima, como bem sabemos. Esse período da vida dela foi entre 2013, quando ela já havia somado vários títulos até 2019, quando voltou a vencer, na competição estudantil.
“Diziam que eu parecia uma porca”
E foi em meio aos 10 perfeitos que ela conseguiu em 2019 que saíram as principais matérias dando voz a atleta. Uma das frases mais chocantes que ela disse foi “diziam que eu não parecia uma ginasta e sim uma porca ou que eu havia engolido um elefante”.
A norte-americana chegou a vencer a americana Simone Biles, que hoje é uma multicampeã olímpica, como vamos detalhar mais abaixo. Isso foi durante a Copa Americana de 2013.
“Como ginastas, nossos corpos estão constantemente sendo vistos em maiôs. Eu me sentia muito desconfortável me olhando no espelho. Eu me sentia desconfortável na academia. É como se alguém sempre estivesse me olhando. Odiava tirar fotos”.
Ohashi no empoderamento feminino
Foi após todos os títulos, comentários e capas de revistas que Ohashi se viu como pela importância para a defesa e o empoderamento das mulheres. Assim, iniciou o debate, pode onde passa.
“Agora eu tenho vontade de atuar nessas questões das mulheres. Eu luto pelo empoderamento feminino. Os corpos de todas são diferentes e não há um modelo perfeito. É importante estar confortável com a única pessoa que importa: você mesmo”, disse a atleta.
Para saber mais sobre a Katelyn Ohashi
Para quem gostou dessa história e quer saber, considere que a norte-americana está estampada em vários sites e jornais do seu país. Além disso, faz parte da lista de jogadoras do Comitê das Olimpíadas local. Atualmente, ela tem 24 anos e um futuro promissor.
Atualmente, ela treina com as orientações de Valeri Liukin no World Olympic Gymnastics Academy, no Texas, e é considerada de nível “Junior Elite Internacional”. A especialidade principal é a trave, mas ela também tem feito apresentações em saltos, solo e barras.
Sobre Simone Biles
Sobre a Biles, que atualmente é o nome mais falado da ginastica norte-americana, saiba que ela é uma profissional que atua pelos Estados Unidos e é especialista na ginastica artística. Ela tem 25 medalhas em campeonatos mundiais e é a mais condecorada da história do seu país.
Em Olimpíadas, ela soma 4 ouros, sendo todos no Rio de Janeiro, como por equipe, no individual geral, no solo e no salto. No mesmo ano e mesma competição, ela conseguiu o bronze na trave. Já nas barras, ela tem uma prata no Mundial de 2018.