Tudo o que você deveria saber sobre a dança do ventre

A dança do ventre é uma modalidade de dança que atrai mulheres no mundo todo. É conhecida por ser uma dança sensual e por ser recheada de mistérios. E o assunto ganhou a mídia nos últimos meses por ter sido citado por pessoas famosas, celebridades e esportistas.

Inclusive, em uma das entrevistas que foram dadas, uma dançarina afirmou que a dança do ventre é um esporte maravilhoso. E completou: “que alimenta o corpo, a alma e o espírito”. Mas será que é mesmo um esporte? Vamos entender mais sobre essa dança e seus mistérios. 

Tudo o que você deveria saber sobre a dança do ventre
Foto: (reprodução/internet)
  • A dança do ventre no contexto histórico
  • As primeiras dançarinas que se tem conhecimento
  • A chegada de Napoleão no Egito
  • Como é a técnica da dança do ventre
  • As escolas da dança do ventre
  • A dança do ventre como esporte
  • Os benefícios da dança do ventre
  • O lado musical da dança do ventre
  • O que é preciso para praticar a dança do ventre
  • Os estilos da dança do ventre com base em acessórios
  • A dança do ventre como dança erótica

A dança do ventre no contexto histórico

Praticamente todo tipo de dança tem uma relação direta com a espiritualidade. Na dança do ventre, isso é ainda mais visível e falado. Assim, há aquela busca por uma conexão entre a mente, o corpo, a natureza e o universo. E sim, ela também está incluída na religiosidade.

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Foto: (reprodução/internet)

Por exemplo, avaliando as danças que são históricas e vem desde os tempos mais antigos, a gente pode notar que elas eram formas de celebrar a vida, a morte, a colheita. Só que a verdade é que, até hoje, ninguém conseguiu precisar a origem da dança do ventre.

O que se sabe, no entanto, é que por volta de 650 a.C. os árabes invadiram o Egito. E levaram para lá boa parte da sua cultura, o que inclui a dança. As prisioneiras da guerra se transformavam em escravas e faziam os serviços domésticos. Outras, mais belas, dançavam.

As primeiras dançarinas que se tem conhecimento

Complementando o que falamos acima, considere que essas escravas mais belas eram responsáveis não apenas pela dança, como também pela poesia, pelos instrumentos musicais, canto, etc. Assim, surgiu as “Awalin” ou a “Almeh”, que eram “mulheres versadas em artes”. 

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Foto: (reprodução/internet)

Elas habitavam a corte e eram líderes que tinham como responsabilidades manter a ordem do hárem. Além de fazerem a intermediação entre mulheres e senhores. Elas também formavam bailarinas, cortesãs de luxo, entre outras profissionais.

Ao mesmo tempo, a gente também tinha a figura das “Ghawazee” ou da “Ghazya”. Elas eram ciganas do Egito, que eram vistas como forasteiras. Elas dançavam pelas ruas e eram contratadas para várias festividades. Tanto as Awalin como as Ghawazee eram dançarinas. 

A chegada de Napoleão no Egito

E vamos continuar com o contexto histórico. Mas vamos ser breves a partir daqui. Em 1978, Napoleão chegou ao Egito. Isso fez com que duas coisas acontecessem: as Awalin fugiram do país e as Ghawazee viram a chance de ganhar dinheiro com as tropas francesas. 

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E foram os franceses que nomearam as Ghawazee como “Danse du Ventre”. Historiadores acreditam que a facilidade em falar e entender essa expressão foi o que mais fez a expressão se popularizar na época. Só que mais tarde também tivemos outras origens.

Por exemplo, um egípcio chamado Hossam Ramzy fala sobre uma personagem chamada Zeinab, que tinha uma dança tradicional (Taksim Baladi). Já na Argélia, as “Ouled Nail”, uma tribo local, treinava as meninas desde cedo para a dança e o sexo. 

Como é a técnica da dança do ventre

Agora que conhecemos um pouco da origem da dança do ventre, o próximo passo é a gente considerar a técnica dessa dança. Saiba que os movimentos são marcados pelas ondulações que acontecem na região abdominal, do quadril e troncos, de forma isolada ou combinada.

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Claro que estamos ditando aqui uma técnica atual, moderna e que sofreu atualizações ao longo do tempo. De todo modo, o mais bacana é ver como esse tipo de dança se assemelha muito ao balé clássico. E, por isso, há uma confusão entre as danças. 

A diferença entre essas danças está justamente no movimento do quadril e das outras partes do corpo. No balé, é preciso manter equilíbrio e os movimentos são rígidos, diferente da dança do ventre, onde temos ondulações como grande diferencial. Os passos são diferentes.

As escolas da dança do ventre

Quando se fala em escolas de dança do ventre, entenda que estamos mencionando não apenas a origem, mas também a técnica usada, que pode ser diferente. Atualmente, nós temos 4 origens, apesar de termos citado apenas a egípcia acima.

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A egípcia se explica pelo domínio total do quadril e movimentos mais sutis, algo muito apoiado no balé clássico. Já na norte-americana, a gente tem uma versão com grande elaboração do espaço, com movimentos de jazz, véus e movimentos de braços e mãos.

Temos ainda a versão libanesa, que usa os “shimmies”, fazendo movimentos simples e com deslocamentos leves. Na versão brasileira, a gente tem uma mistura cultural, com características ousadas e com um variado repertório de movimentos. 

A dança do ventre como esporte

Desse modo, a gente chega a um ponto interessante: será que a dança do ventre, que tem uma história toda focada na cultura e nos costumes orientais, é também um esporte? A verdade é que ninguém discorda disso.

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Ainda mais quando a gente considera que para quebrar a rotina de treinos intensos de outros esportes, a dança do ventre se torna alternativa. Isso porque ela permite que as pessoas se mantenham ativas em termos físicos. Além do benefício do lazer e do prazer.

Além disso, quando a gente pensa na dança do ventre de forma profissional, a gente observa que professoras ou bailarinas, devem ver a atividade como regular e capacitação. Sendo assim, fica muito próxima da prática de um esporte. E sem falar que há vários benefícios nessa dança.

Os benefícios da dança do ventre

Você pode até dizer que a dança não cai bem como esporte porque, diferente da capoeira, não envolve luta, competição, vencedores. Isso é verdade. Por outro lado, o mínimo que se pode pensar é que é uma atividade física que proporciona vários benefícios para a saúde.

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Por exemplo, esse tipo de dança melhora a autoestima dos praticantes, além de ser popular: para homens, mulheres, crianças e idosos. Também traz um bom equilíbrio hormonal, para a criatividade, para o processo digestivo. Para quem quer tonificar os músculos, é ótima. 

E temos que falar da parte da socialização também, não é mesmo? Ela tem um fator social muito bacana, que envolve desde os treinamentos com acompanhamento até mesmo as apresentações em público, o que pode variar conforme o evento. 

O lado musical da dança do ventre

Por ser uma dança, obviamente, estamos falando sobre música e instrumentos musicais, certo? Saiba que o mais comum é que se use sons que venham de cordas, de percussão, de sopro ou outros. Curiosamente, a maioria deles é de origem árabe.

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Entre eles, o derbak, que está presente em praticamente todas as músicas árabes. Ele envolve músicas tradicionais e mais modernas também. Só que nada impede de se tocar acordeon, órgão, bateria ou guitarra, por exemplo. 

O que é preciso para praticar a dança do ventre

Se você gostou dessa dança e tem o interesse, saiba que também existe a vantagem de que você não precisará de muitos materiais ou acessórios. Além de escolher uma boa escola ou professora, saiba que no início e nos treinos você nem precisa de véu ou lenço. 

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Esses acessórios são interessantes para o dia da apresentação. Mas, durante os primeiros dias de aulas, opte por roupas leves, como as de academia ou musculação. Além disso, esse tipo de tecido ajuda no entendimento do corpo e dos movimentos. 

Com o tempo e a experiência, você poderá ir se apropriando de calças no estilo bailarina, aqueles acessórios musicais e até mesmo de penugem, o que deixa a dança mais sensual. E mais do que isso, a gente também tem os estilos baseados em acessórios, veja. 

Os estilos da dança do ventre com base em acessórios

A dança do ventre tradicional não usa acessórios e foca apenas no movimento corporal. Depois, vem a versão com o véu, que funciona como uma extensão do braço. E tem a versão com véu leque (fan veil), que é um leque de seda, que surgiu em 2003. 

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Depois, temos a dança dos sete véus, que não é erótica, mas envolve a retirada dos véus do corpo, como forma de mostrar habilidade. A dança do ventre com espada é uma das mais incríveis – dizem que era uma forma de protesto durante a a invasão bárbara. 

Tem a dança com snujs, que são címbalos de metal. Em seguida, vem a dança com punhal, que é uma das mais misteriosas. Tem a dança com candelabro também, que fica sobre a cabeça das dançarinas (Raks El Shamadan), com pandeiro, com taças, com flores, com bengalas. 

A dança do ventre como dança erótica

De todos os estilos que citamos, saiba que tem o Meleah Laff, que é a do lenço enrolado. Esse é o único que, de fato, tem um intuito erótico. Isso porque a origem que vem do Egito diz que era uma dança usada no subúrbio de Alexandria para atrair marinheiros do porto. 

Assim sendo, o lenço usado é preto e remete ao mistério. Mais do que isso, ele permite que as bailarinas façam jogos de esconde-esconde com partes do corpo. Além disso, a bailarina pode ir enrolando o lenço pelo corpo, destacando formas e movimentos que são feitos.