Por se tratar de um esporte violento, todo mundo acha que as mortes no MMA são provenientes de nocautes e traumatismos cranianos, certo? Porém, nem sempre é assim que aconteceu. Entre 1981 e 2017 foram ao menos 17 mortes antes, durante ou após as lutas.
E isso se a gente considerar os eventos de MMA profissionais e amadores em torno do mundo. Teve quem morreu devido aos socos que recebeu na luta, porém outros foi devido a “morte natural”. Teve atleta que morreu no treino, antes da luta e ainda aqueles que ficaram paraplégicos.
Continue por aqui e confira os seguintes tópicos:
- As mortes no MMA que aconteceram antes das lutas;
- As mortes no MMA em lutas amadoras;
- As mortes no MMA em lutas profissionais.
Todas as mortes e as quase mortes do MMA
Abaixo, a gente separou o texto em tópicos que vão citar as mortes que aconteceram antes das lutas. Isso parece cômico, mas realmente aconteceu em 3 ocasiões. Inclusive, uma delas foi pela desidratação e outra no treino. Depois, vem as lutas amadoras, depois as profissionais.
É importante considerar que não há mortes constatadas no UFC, que hoje é visto como a maior competição de MMA do mundo. No entanto, há um ex-lutador do UFC que morreu em luta, mas não foi citado nessa matéria.
Isso porque ele estava lutando boxe, que é uma versão diferente de MMA. O nome dele é Tim Hague e ele foi nocauteado no Canadá e ele sofreu hemorragia cerebral. Hague apareceu 5 vezes no UFC e em sua carreira teve 21 vitórias e 13 derrotas em lutas.
As mortes no MMA que aconteceram antes das lutas
Pode parecer algo trágico demais, mas isso realmente aconteceu. Foram 3 casos em que os lutadores morreram antes de as lutas acontecerem. Por exemplo, em 2010, o argentino Franco Lescano, de 30 anos, morreu durante um treino.
Já em 2013 foi a vez de um brasileiro, chamado de Leandro Feijão, que tinha 28 anos. Ele sofreu um acidente vascular cerebral fatal enquanto fazia um processo de desidratação para conseguir entrar no Shooto 43.
A última morte que aconteceu antes da luta que se tem ideia foi em 2015, tendo o chinês Yang Jian Bing, de 21 anos, como personagem principal. Ele sofreu a morte devido a falência cardiopulmonar devido ao corte de peso.
As mortes no MMA em lutas amadoras
Quando se fala em mortes em MMA, saiba que a maioria delas aconteceram em lutas amadoras. Ou seja, que não eram profissionais e regularizarias. Assim, a primeira que se tem notícia foi de um mexicano chamado Alfredo Castro Herrera, que lutava em Tijuana, México.
Ele enfrentava Angel Luis Rodriguez e o fato aconteceu em 1981. Depois, em 1998, o norte-americano Douglas Dedge, que lutava no World Super Challenge também morreu, na Ucrânia. Em 2005 foi a vez de um sul-coreano chamado Lee, em uma luta que aconteceu em um bar.
No ano de 2012 houveram 3 mortes: Mike Mittelmeier (Bolívia), Dustin Jenson (Estados Unidos) e Ícaro Eduardo Custódio (Brasil). Em 2013 foi Felix Pablo Elochukwu (Niger). Em 2015 mais duas mortes: Ramin Zeynalov (Azerbaijão) e Jameston Lee-Yaw (Trindade e Tobago).
A última morte em MMA – Donshay White (Estados Unidos)
A última morte em MMA que se tem notícias é amadora e aconteceu em julho de 2017. White fazia apenas a sua segunda luta da carreira, após 2 anos do primeiro combate. Ele tinha 37 anos e enfrentou Ricky Muse durante o Hardrock MMA 90.
Ele levou vários golpes durante o 2º assalto e desmaiou no vestiário. Ele morreu no hospital, sendo que na autópsia foi constatada uma pressão alta. Mais tarde, de forma oficial, os médicos falaram em “doença cardiovascular hipertensiva” ou “aterosclerótica”.
As mortes no MMA em lutas profissionais
Nesse tópico, a gente vai mencionar aquelas mortes que aconteceram durante as lutas de MMA. Inclusive, só estamos considerando aqui as lutas profissionais, como é o caso de eventos internacionais da TEF (Total Extreme Fighting) e Conflict MMA Fight Night.
Ao todo, a gente tem 5 mortes que serão contadas. Elas envolvem em sua maioria atletas norte-americanos, como é o caso de Sam Vasquez, que conta uma das histórias mais tristes de todos os eventos de MMA do mundo. O último foi o português João Carvalho.
2007 – SAM VASQUEZ (Estados Unidos)
O cartel de Sam Vasquez é pequeno porque não deu tempo de continuar no ringue. Ele conseguiu 1 vitória e 2 derrotas na sua carreira, sendo 1 por finalização. Nascido em Houston, Texas, ele é o primeiro atleta a ter o fim trágico dentro dos ringues do MMA.
A história dele começou a ser contada em 2006. Na sua primeira luta, em março, ele foi derrotado por Nick Biddle durante 3 rouds, por finalização. Depois, no mesmo ano, mas em setembro, ele venceu Eric Madrid, também por finalização, durante 2 rounds.
Já no ano seguinte, em 2007, também lutando pela REF, ele encarou o Vince Libardi e foi nocauteado. O problema é que o fim dele foi o mais infeliz possível. Em 3 rounds e 2:50 de tempo, ele deu fim à sua trajetória devido a uma hemorragia subdural.
2010 – MICHAEL KIRKHAM (Estados Unidos)
Outro norte-americano que morreu durante uma luta de MMA foi Michael Kirkham. Isso aconteceu em 2010 durante o Dash Entertainment/King MMA. O motivo que foi constatado pelos médicos mais tarde seria de hemorragia cerebral.
Apesar de esse ser um campeonato conhecido, ele era amador porque funcionava na Universidade da Carolina do Sul. Michael estrearia em lutas e havia uma multidão vendo a entrada dele no ringue. No entanto, ele não tinha porte de lutador, como dizem os boatos.
A luta foi contra Carlos Iraburo, que sabia que tinha vantagens tanto na força física como no tamanho e derrubou bem cedo o adversário. A luta durou pouco mais do que 40 segundos. Michael caiu de forma inconsciente e morreu. Ele já havia perdido uma luta anterior.
2012 – Tyrone Mims (Estados Unidos)
E a lista de norte-americanos mortos em MMA termina aqui, como o Tyrone. O fato aconteceu em 2012 em uma luta contra outro norte-americano, o Blake Poore. Isso foi pelo Conflict MMA Fight Night. E a autópsia, até o que foi divulgado na época, não constatou o motivo da morte.
Mas, diferente do caso anterior, Tyrone tinha porte de lutador. Ele deixou 5 filhos pequenos na época. E o evento também aconteceu na Carolina do Sul. Só que tem um fato engraçado: após o nocaute, Mims dizia que estava bem. Porém, no vestiário, as coisas não ficaram bem.
Ao desmaiar, ele foi levado para o Hospital Médico da Universidade local e faleceu uma hora mais tarde. Não houve traumatismo craniano, nem concussão. Ele também não havia usado drogas, conforme laudo toxicológico. Assim, a morte foi “algo indetectável”.
2014 – Booto Guylain (Congo)
Saindo um pouco do solo americano, dois anos após a morte de Tyrone, foi a vez de Booto deixar o esporte mais triste. Ele lutou contra o sul-africano Keron Davies pelo EFC África 27. E a autopsia foi a de que ele morreu por complicações do inchaço que teve no cérebro.
Para quem não sabe, esse é um dos principais campeonatos de luta do continente. E Booto, aparentemente, não tinha problemas físicos. Mas, os milhões de seguidores do EFC ficaram chocados com a morte dele, que tinha 29 anos e foi nocauteado pelo 3º round da luta.
Ele foi atendido no local e levado ao hospital. Porém, morreu alguns dias depois, em março (a luta foi em fevereiro). Ele deixou a esposa e um filho. A seguradora da organização diz que ofereceu ajuda financeira à família, na época.
2016 – João Rafeiro Carvalho (Portugal)
E como se dois em dois houvesse uma morte de MMA, a gente chega em 2016, com a more de João Rafeiro, um português que lutou contra um irlandês, o Charlie Ward. Isso foi pela TEF, Total Extreme Fighting. Ele era do Team Nóbrega e foi nocauteado em Dublin.
Para outro lutador conhecido de lá, o McGregor, a luta deveria ter sido interrompida mais cedo. O McGregor é do mesmo time que o oponente de João. E a morte aconteceu 48 horas após a luta terminar. O motivo teria sido mesmo os golpes sofridos durante o combate.
Essa foi considerada a 5ª morte em um evento de MMA profissional e regulamentado. Para João, a história acabou em sua 3ª luta como profissional, sendo que ele tinha uma vitória e uma derrota até esse dia. Os médicos disseram que ele estava falando e sorrindo após a luta.
As quase mortes do MMA
Por curiosidade, saiba que também tivemos várias lutas que quase acabaram em morte. Em 2011 foi um bom exemplo, quando o americano Jeffrey Dunbar lutava de forma amadora e forço o pescoço em um movimento, o que o deixou paralisado. Ele esmagou a medula espinhal.
Em 2014 foi outro americano que participou da cena. O Steve Watts sofreu uma grave lesão, também no pescoço, em uma luta contra Michael Hebenstriet, também em evento amador. Ele ficou paraplégico. E em 2015, Dada 5000 sofreu parada cardíaca pela Kimbo Slice.