Conheça a história de Didi: um dos maiores vitoriosos pela Seleção Brasileira

Sabe aquela batida na bola que só o Cristiano Ronaldo sabe dar? Na verdade, não é só ele, amigo. Aquele movimento, aquele chute e aquela precisão nasceu bem antes dele e um dos nomes por trás disso é o de Didi, que por conta do fato ganhou o apelido de “Folha Seca”.

Agora, quer saber um fato muito curioso? O próprio filho de Didi diz que ele é muito mais conhecido no Peru do que no Brasil. Em recente entrevista, chegou a dizer que “aqui nunca foi reconhecido”. Mas, na história ele é mercado por ser o melhor jogador da Copa de 1958.

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Foto: (reprodução/internet)

Quem foi o Didi

Waldir Pereira é o nome de batismo. Didi é o apelido que mais ganhou fama dentro do futebol nacional. Ele foi considerado um dos melhores meio-campistas que o mundo já viu jogar. No currículo, tem a Copa do Mundo de 1958 e de 1962.

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A polêmica sobre o fato de ser mais conhecido fora do país deve-se ao fato de que ele teve que dividir os holofotes da sua época com outros nomes de grande expressão no futebol nacional, como de Pelé e Garrincha.

Aí, ele se tornou treinador de futebol após a carreira de jogador. Porém, não teve tanto sucesso no Brasil. Mas, no Peru sim. E é por isso que a fama dele lá é bem grande. Ele comandou a melhor geração da seleção peruana de todos os tempos.

O Didi no Peru

Para complementar o que acabamos de dizer, saiba que ele foi quem comandou a seleção que conseguiu chegar na Copa do Mundo depois de 40 anos de tentativas. Para muitos, aliás, essa foi a melhor campanha do Peru em Copa, que aconteceu em 1970, chegando às quartas.

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O Bibi, ou melhor Adilson Pereira, é um dos filhos do craque e garante que o povo peruano conhece muito mais o Didi do que os brasileiros. “O peruano conhece muito mais o meu pai, isso é público e notório”.

Fora a fama de treinador do Peru e melhor jogador da Copa do Mundo de 58, a gente não pode deixar de mencionar aqui o fato de que ele foi quem marcou o primeiro gol da história do Maracanã, em 1950, no amistoso entre as seleções de São Paulo e do Rio de Janeiro.

O Didi Folha Seca

Agora chegou a hora de a gente falar do fato que deu a ele o apelido de Folha Seca. O nome é sugestivo, especialmente, se você conhece a estação do outono, quando as árvores alaranjadas derrubam as folhas em um ritmo frenético, rápido, constante.

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As folhas são secas, leves e por isso ninguém sabe exatamente onde vão cair, já que o vento pode levar elas para qualquer destino. O resultado é justamente esse: os chutes do Didi eram imprevisíveis para os goleiros adversários.

É algo bastante próximo com o que faz o craque mais moderno, Cristiano Ronaldo. Para quem dúvida de que o Didi foi um dos primeiros a criar esse tipo de chute, então, procure o jogo contra o Peru, pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa, em 1957.

O começo de vida do Didi

Ela é um carioca nascido em Campos dos Goytacazes, que começou a carreira no Americano (RJ). Chegou ao grande Fluminense em 1949 e ajudou o clube a levar o Carioca de 1951. Passou pelo Botafogo também, onde teve três estaduais e o torneio Rio-São Paulo.

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O resultado é um só: foi para o Real Madrid, um dos maiores times de futebol do mundo, que fica na Espanha. Naquela época, dividiu o campo e as atenções da imprensa com ninguém menos do que Puskás e Di Stéfano. Porém, isso durou somente uma temporada.

Em 1963, ele vestiu a camisa do Sporting Cristal, do Peru em uma nova passagem curta e sem conquistas. Porém, foi isso que abriu portas para ele, que mais tarde se tornaria um dos mais marcantes técnicos da seleção peruana.

O Didi no Real Madrid

Antes mesmo da Copa de 1958, Didi já era um nome cotado pelos clubes europeus. O Valência, da Espanha, por exemplo, tentou contratar ele. Porém, o craque seguiu no Botafogo devido ao aumento salarial que ganhou.

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Mas, com a fama do mundial, ele não teve como recusar a ida para outro país. No entanto, a ida para o Real não teve final feliz. Fez amizades com outros sul-americanos, como Domínguez e Santamaría, além de Puskás. Porém, o gênio de Di Stéfano se tornou um problema.

Com a ajuda da imprensa, Di Stéfano foi um dos principais causadores desse insucesso do camisa 8 do clube merengue. Ao todo, ele fez 19 jogos pelo Campeonato Espanhol pelo Real Madrid e viu o Barcelona levar o título para casa. Mas, foi bem no Troféu Ramón de Carranza.

O Didi no São Paulo

Enquanto o seu começo em clubes do Rio de Janeiro foi fantástico e as Copas do Mundo também, ele não teve tanto sucesso assim na Espanha. Então, voltou ao Brasil, para jogar pelo São Paulo, que foi onde ele encerrou a carreira de futebolista.

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Ele chegou ao tricolor paulista em 1966, só que a estreia demorou por conta da documentação. Na época, o São Paulo não tinha uma boa estrutura e isso não ajudou o Didi a ter um final feliz. Com atuação física ruim e jogos nada bons, ele deixou o São Paulo.

Ainda recebeu propostas do exterior para não aposentar as chuteiras, especialmente do Junior Barranquilla. Porém, optou por voltar a Peru para se tornar treinador de futebol. E foi a partir disso que se tornou o homem mais amado do Peru.

O Didi no Chile

O Chile é o país que vai marcar o início e o fim da história de Didi pelo Brasil. Isso porque ele teve atuações incríveis no Pan-Americano de 1952 e a despedida aconteceu 10 anos depois, na Copa de 1962, sendo o veterano uma peça importante no bicampeonato.

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Curiosamente, ele havia ficado fora da seleção por dois anos devido as atuações negativas no Real. Mas, na Copa, aos 33 anos, ele exibiu uma forma que surpreendeu a todos. O jogo final, contra a Tchecoslováquia foi o último pela seleção, sendo o 75º jogo, onde marcou 21 gols.

O que pouca gente sabe é que a paixão dele pelo Chile é maior do que essa Copa. Ele sempre afirmou que era um amante de vinhos e vinhos chilenos. Certa vez conheceu também Pablo Neruda, um Nobel de Literatura, em Santiago.

Os títulos de Didi pela Seleção Brasileira

No título do artigo, nós temos a menção sobre o fato dele ter sido um dos maiores vitoriosos do país no futebol. E vamos provar isso exatamente nesse tópico. Ele soma as duas Copas do Mundo, sendo em 1958 e 1962, sendo um dos poucos a conseguir o feito.

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Depois, vem ainda o campeonato Pan-Americano de 1952, a Taça Oswald Cruz em quatro ocasiões (1955, 1958, 1961 e 1962), a Taça Bernardo O’Higgins em duas vezes (1955 e 1961), além da Taça do Atlântico, no ano de 1956.

O sonho de dirigir a seleção brasileira nunca aconteceu, se não, suas menções poderiam ser mais extensas. Ainda assim, dá para considerar prêmios individuais, como o de Bola de Ouro da FIFA na Copa de 1958, o Prêmio Belfort Duarte e muitos outros.

Os títulos de Didi em clubes

Já do lado dos clubes, os seus maiores títulos foram pelo Fluminense (RJ) em mais de uma dezena. Os mais importantes foram: Copa Rio, Campeonato Carioca, Torneio Início, Taça Milone, Taça Adriano Ramos Pinto.

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Pelo Botafogo (RJ), ele tem o Torneio Rio São Paulo, o Campeonato Carioca, o Torneio Pentagonal do México, a Taça dos Campeões Estaduais, entre outros. E pelo Real (Espanha), ele conseguiu a Taça dos Campeões Europeus (Liga dos Campeões da UEFA), além do Troféu Ramón. 

Pelo São Paulo (SP) e pelo Sporting Cristal (Peru), ele não teve títulos importantes. Nem mesmo pelos clubes iniciais da sua carreira, como o Americano (RJ), o Bariri (SP), o Madureira (RJ), o Veracruz (México).

Os títulos de Didi como treinador de clubes

Já como treinador, ele venceu pelo Veracruz o campeonato peruano. E pelo Fenerbahce, da Turquia, ele venceu o campeonato turco e a supercopa da Turquia. Pelo Fluminense dirigiu elencos vencedores do carioca e do torneio Vina del Mar.

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Já pelo Cruzeiro (MG), ele tem o campeonato mineiro no currículo. Vale mencionar aqui ele chegou a comandar outros clubes, em passagens rápidas: Al-Ahli (Arábia Saudita), Fortaleza (CE), Alianza Lima (Peru), Bangu (RJ), Atlético Mineiro (MG) e até a seleção do Kuwait.

A morte do Didi, o Folha Seca

A morte dele aconteceu em decorrência de complicações provocadas pelo câncer que ele tinha. Morreu no Hospital Pedro Ernesto, próximo ao Maracanã, onde ele fez o primeiro gol da história do estádio mais famoso do mundo.

Ele foi internado em 25 de abril de 2001 com dores na barriga e não sabia que estava com câncer. Fez cirurgias de emergência e depois de três dias teve uma obstrução intestinal, onde precisou retirar a vesícula e o intestino.