A história do basquete na cadeira de rodas é surpreendente – Veja como aconteceu

Imagine a seguinte situação: soldados que, na teoria, possuíram uma vida física muito ativa. Mas, após as batalhas das guerras, alguns deles ficam impossibilitados de praticar tais atividades. O motivo você sabe: os resultados das guerras, como a paraplegia.

Então, seria esse o fim da vida de um ex-soldado de guerra? Poderia ser e foi por algum tempo. Até que alguém teve a brilhante ideia de fazer com que esses soldados voltassem a ativa. E o basquete na cadeira de rodas foi o primeiro esporte deles. Saiba tudo.

A história do basquete na cadeira de rodas é surpreendente – Veja como aconteceu
Foto: (reprodução/internet)

O surgimento do basquete em cadeira de rodas

Historiadores contam que essa primeira modalidade de esporte coletivo praticado com atletas limitados (física e motoramente) aconteceu em meados do século 20. E ele era focado em quem tivesse a deficiência nos membros inferiores.

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O esporte ainda não era um esporte, apenas uma modalidade de descontração, entretenimento, treinamento. Algo como “uma chance de voltar a praticar exercícios”, entende? E foi praticado pelos soldados feridos da Segunda Guerra Mundial.

E foi a partir dos anos de 1960 que ele ganhou força, sendo que começou a participar dos Jogos Paraolímpicos. Mais tarde, ganhou notoriedade também por estimular a inclusão social. Hoje, é um dos esportes mais competitivos desses Jogos.

O nome por trás do basquete adaptado

O basquete em cadeiras de rodas tem como principal nome por trás o de Ludwig Guttmann, que escapou da perseguição nazista contra os judeus na Alemanha e a partir do governo britânico criou o Centro Nacional de Lesionados Medulares do Hospital de Stoke Mandeville.

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Para quem não sabe, esse foi uma espécie de embrião do evento que viria a ser os Jogos Paraolímpicos mais tarde. Na primeira edição, ele só contou com o Arco e Flecha. Ao mesmo tempo, também se criou o Paralyzed Veterans of American, com outras atividades.

E foi nesse próximo evento que surgiu o primeiro registro do basquete em cadeira de rodas. O primeiro campeonato nacional dos Estados Unidos foi em 1948. E a partir daí nasceram equipes que não eram formadas só por militares, como Kansas City Wheelchairs Bulldozers.

O basquete em cadeiras de rodas nos Jogos Paraolímpicos

Apesar de ser comum em outras competições, como nos jogos de Mandeville, o basquete em cadeiras de rodas chegou nos Paraolímpicos em 1960, quando o médico italiano Antonio Maglio, que era o diretor do Centro de Lesionados de Ostia, sugeriu a entrada do esporte.

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Assim, naquele mesmo ano, em Roma, o basquete em cadeiras de rodas foi disputado nas mesmas instalações da 16ª Olimpíada que o mundo moderno viu. Ela ficou chamada como Olimpíada dos Portadores de Deficiências, o que viria a ser os Jogos Paraolímpicos.

O evento teve 400 atletas em cadeiras de rodas, sendo que eles representavam 23 países. Até o Papa João XXIII apoiou o evento, especialmente falando da inclusão social. Curiosamente, a versão feminina entrou nos Jogos em 1968, na capital de Israel, Tel Aviv.

Um passo atrás: a história do basquete

Se a gente der um passo atrás, vamos ver que o basquete tradicional, que hoje é um dos mais populares do mundo, foi criado por um professor de educação física chamado James Naismith, que morreu em 1940. Isso aconteceu nos Estados Unidos em 1891.

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A ideia você sabe: colocar uma bola dentro de um cesto fixo localizado nas extremidades das quadras. Isso se mantém até hoje. O que pouca gente sabe é que a origem dele se deu devido a Massachusetts ser uma região muito fria e impossibilitar o futebol ou basebol, por exemplo.

Isso porque esses esportes eram praticados ao ar livre enquanto que o basquete poderia ser disputado em quadras fechadas. No começo, a bola era como a de futebol e o cesto era improvisado com sacos de armazenar pêssegos. Hoje, muita coisa mudou e você sabe disso.

As regras do basquete em cadeira de rodas

Você entendeu um pouco sobre como nasceu o basquete e a versão em cadeira de rodas. Mas, sabe quais as regras que são diferentes entre as modalidades do mesmo esporte? Na verdade, a maioria delas são parecidas. Porém, algumas realmente mudam. Vamos lá. 

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As quadras medem o mesmo: 28 metros por 15 metros. A altura das tabelas é de 3,05 metros do chão. No entanto, os jogadores do esporte adaptado podem se classificar em padrões diferentes, seguindo a Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas.

O número pode variar de 1 até 4,5, partindo dos que não conseguem controlar os troncos até os que tem dificuldade em se locomover sozinhos. Durante a partida, a soma da equipe não pode passar de 14 pontos. E o jogador só pode dar 2 toques na bola sem deixar cair no chão.

As regras sobre as cadeiras de rodas

Atualmente, também se usa regras para as cadeiras de rodas para que o jogo fique mais justo para ambas as equipes. Outra coisa é que a ideia também é a de tornar o esporte mais seguro e competitivo. Então, elas devem ter entre 3 e 4 rodas, sendo 2 grandes na frente.

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Os pneus devem ter diâmetro máximo de 66 centímetros e tem que ter suporte para as mãos em cada roda traseira. As dianteiras ficam viradas para frente. O assento tem altura máxima de 53 centímetros do chão e apoio para os pés de até 11 centímetros do chão.

O jogador pode usar almofadas de materiais flexíveis nas mesmas dimensões do assento, sendo entre 5 e 10 centímetros de espessura. Eles podem usar faixas e suportes para prender as pernas juntas. Usam cartões de classificação e não se pode ter pneus pretos ou freios.

As regras sobre o jogo do basquete adaptado

Você sabe sobre as dimensões da quadra, a altura da cesta. Só não sabe ainda que cada equipe deve ser formada por 5 jogadores, como no basquete tradicional. As partidas acontecem em 4 tempos de 10 minutos cada e o relógio para quando a bola sai de quadra.

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Cada equipe tem 30 segundos para ficar com a posse da bola e o objetivo é o arremesso na cesta. O jogador pode dar dois toques na cadeira e depois tem que quicar, passar ou arremessar. O contato entre cadeirantes não é falta, exceto se for proposital.

Outras competições mundiais do basquete em cadeira de rodas

Se os Jogos Paraolímpicos são vistos como os mais importantes para esse esporte, saiba que ele também acontece em outras competições, com as regionais, nacionais e mundiais. Há, por exemplo, um mundial de basquete em cadeira de rodas.

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O último evento foi em 2018 e teve a Grã-Bretanha vencendo os Estados Unidos na grande final. Já na disputado do terceiro lugar, quem venceu foi a Austrália sobre os iranianos. Outros países foram bem, como Brasil, Marrocos, Alemanha e Coreia do Sul.

Do lado feminino, a Grã-Bretanha também chegou na final, só que perdeu para as holandesas. Já na disputa da terceira posição, a Alemanha venceu a China por um único ponto de diferença. Além dessas seleções, Austrália e Brasil também foram bem. 

Os países mais campeões do basquete em cadeira de rodas

Hoje em dia, não é fácil dizer quais as melhores seleções no basquete em cadeiras de rodas. Como vimos acima, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália, Alemanha, Holanda Brasil e China são referências. Mas, considere que Canadá, Israel e Argentina também são campeãs.

A história do basquete na cadeira de rodas é surpreendente – Veja como aconteceu
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Isso se a gente considerar o quadro geral de medalhas dos Jogos Paraolímpicos, que começou em 1960, por exemplo. Assim, no quadro geral, a gente tem os norte-americanos com 10 ouros, seguido dos canadenses, que possuem 5. Depois, vem Israel (4), Austrália (2), Alemanha (2). 

Outras seleções com ouros paraolímpicos são Holanda, Argentina e França. Já a Grã-Bretanha, Jamaica, Japão e Suécia também possuem medalhas nessas competições. Entre as mulheres, os ouros variam entre Israel, Alemanha, Canadá e Estados Unidos na maioria das vezes. 

Curiosidade – Patrick Anderson

Atualmente, a gente não tem como falar de referência no basquete em cadeira de rodas sem falar do Patrick Anderson, que já foi selecionado como o melhor do mundo em várias ocasiões. Ele tem ouro nos Jogos de 2000, 2004 e 2012. Em 2008 ficou com a prata. 

A história do basquete na cadeira de rodas é surpreendente – Veja como aconteceu
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A história dele é surpreendente também, sendo que aos 9 anos foi atropelado por um motorista bêbado e perdeu as pernas, bem abaixo dos joelhos. Assim, ele é classificado como um jogador 4,5 nas competições internacionais.

Ele começou a praticar o basquete em 1990 e foi para a seleção do Canadá pela primeira vez em 1997. Se aposentou do basquete no fim de 2008, mas voltou para jogar a competição de 2012. Falar do basquete em cadeiras de rodas é falar sobre Patrick Anderson.

Onde praticar o basquete em cadeira de rodas

Se você tem o interesse em praticar esse esporte, saiba que um primeiro passo é saber se a sua cidade ou alguma cidade da região possui apoio para esse esporte. Se não for o caso, as vezes vale a pena pesquisar sobre as cidades que possuem o incentivo.

Porque é a partir disso que os atletas disputam jogos regionais, nacionais e podem chegar a níveis internacionais mais tarde.